Um homem de Sergipe é o primeiro caso de morte por recorrência da Covid-19, quando há reinfecção ou recidiva, no caso do vírus voltar a atacar. O farmacêutico de 42 anos teve a doença em maio de 2020 e testou positivo para o vírus novamente em 13 de junho, vindo a morrer vinte dias depois.
O estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Federal de Sergipe (UFSE) e outras instituições foi publicado no periódico científico Journal of Infection.
Em maio, o paciente foi diagnosticado e teve sintomas da Covid-19 por nove dias. Após se recuperar, ele retornou ao trabalho. Após 38 dias do primeiro episódio, ele apresentou sintomas respiratórios e testou positivo para o coronavírus pela segunda vez. O homem foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, após vinte dias, faleceu.
Como o vírus da primeira infecção não foi isolado, os cientistas não definiram se o paciente se infectou novamente ou não foi atacado pelo mesmo vírus.
O paciente era do tipo sanguíneo A e tinha obesidade e hipertensão. Não foi detectada relação entre as comorbidades e a recorrências, mas essas doenças estão associadas a quadros mais graves da Covid-19.
Estudo
O estudo analisou 33 pacientes que tiveram recorrência detectada, entre 22 e 58 anos. O intervalo entre os dois episódios variou entre 8 a 130 dias, com média de 41 dias.
97% dos pacientes trabalhavam em um ambiente com possível exposição do coronavírus. Trinta são profissionais de saúde e quase metade atuava em unidades de saúde de atendimento à Covid-19.
Todos os pacientes se recuperaram do primeiro episódio de sintomas, retornaram a trabalhar e tiveram um segundo quadro de sintomas.
A conclusão é de que o episódio de recorrências tende a ser mais severo que o primeiro quadro da doença. Os cientistas identificaram que pessoas com tipo sanguíneo A (42% dos casos) tem maior risco à recorrência.
Também foi detectado que a maioria dos pacientes tem sintomas associados ao quadro grave de Covid-19 na recorrência, em comparação com os primeiros episódios.
Um dos pacientes que participou do estudo foi reinfectado por uma variante diferente do novo coronavírus. O sequenciamento mostrou também uma mutação ligada a mortes de pessoas com Covid-19.
Informações Diário do Nordeste