O deputado federal Capitão Wagner (Pros) foi acusado de divulgar informações falsas sobre o Ministério Público do Ceará. Em nota publicada na manhã desta sexta-feira (29), o procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, afirma que declarações do parlamentar estão "ofendendo seus membros e atacando a Instituição". Wagner nega que tenha repassado as informações inverídicas.
Em vídeos publicados em redes sociais no início deste mês, o deputado havia denunciado a compra de respiradores por preços acima do valor de mercado, pela Prefeitura de Fortaleza, de uma empresa de São Paulo, fato que gerou uma operação da Polícia Federal. Na época, Wagner encaminhou a denúncia também para o Ministério Público.
Uma das denúncias do Capitão Wagner é de que o Ministério Público não estaria investigando a denúncia, o que o órgão nega.
Ainda conforme o Ministério Público, o deputado afirmou "falsamente que o Ministério Público, ao invés de apurar os fatos alegadamente ilícitos, estaria investigando e perseguindo o noticiante".
O noticiante, conforme o órgão, é um aliado político de Capitão Wagner. O Ministério Público acusa o aliado do deputado de publicar vídeos com conteúdo político nas redes sociais usando distintivos policiais, o que é proibido por lei.
O procurador Manuel Pinheiro afirma que a atuação do Ministério Público "tomou todas as providências e abriu investigação", informando ao deputado sobre o procedimento adotado.
'Não vou aceitar ser chamado de mentiroso'
Capitão Wagner, entretanto, nega que tenha tomado conhecimento sobre a atuação do órgão para investigar o caso de "superfaturamento". "Tenho muito respeito pelo Ministério Público, mas não vou aceitar ser chamado de mentiroso", reforçou.
Capitão Wagner fez ainda críticas à Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), citando a procuradora Vanja Fontenele, que comanda o órgão. A procuradora não quis se manifestar.
Operação da Polícia Federal
A Polícia Federal cumpriu nesta semana oito mandados de busca e apreensão, durante uma operação que investiga supostos desvios de recursos destinados à compra de respiradores para tratamento pacientes com Covid-19 para o município de Fortaleza.
De acordo com a Polícia Federal, existe indícios de um "potencial prejuízo financeiro" aos cofres públicos que pode chegar ao valor R$ 25,4 milhões.
Em nota, a Secretaria da Saúde de Fortaleza e a direção do Instituto Doutor José Frota (IJF), maior hospital da capital, disseram estar "totalmente surpresas e indignadas com tal operação". A pasta acrescentou que não existe possibilidade da mesma encontrar qualquer desvio de recurso público e que todos os procedimentos foram adotados conforme a lei.
Com informações G1