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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Suspensa nomeação de diretor da Polícia Federal indicado por Bolsonaro

Alexandre Ramagem
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deferiu nesta quarta-feira, 29, ação do PDT pela suspensão da nomeação de Alexandre Ramagem como novo diretor-geral da Polícia Federal.

Diante da urgência da decisão, o ministro pede que o novo advogado-geral da União, José Levi, seja notificado imediatamente via WhatsApp. "Após, encaminhem-se os autos à Procuradoria-Geral da República para apresentação de parecer", escreve Moraes.

O PDT sustentou na ação que, ao nomear Ramagem, a intenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi proteger tanto ele como os filhos de investigações em andamento. Ao anunciar demissão, o ex-ministro Sergio Moro acusou Bolsonaro de querer interferir politicamente na Polícia Federal (PF).

O ministro da Suprema Corte, Celso de Mello, autorizou abertura de inquérito para que a mesma PF apure supostos crimes citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como obstrução de Justiça e falsidade ideológica.

Tanto Moro como Bolsonaro serão investigados. Se Moro não provar as acusações perante o Supremo, pode ser acusado de denunciação caluniosa e crimes contra a honra, destaca o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Porém, na decisão que autoriza a abertura da apuração, o decano da Corte fez apenas menção às irregularidades levantadas por Moro que pesam contra o presidente. Ele não cita nenhum eventual crime no qual Moro possa ter incorrido, como fez Aras

Ramagem chefiou a segurança do então candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, em 2018. Desde então criou vínculos de amizade com Bolsonaro e os filhos. Já no governo Bolsonaro, foi nomeado diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência.

Nas redes sociais, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) aparecem ao lado dele em festa durante a passagem do ano.

Com informações O Povo Online