Em 2018, o Ceará registrou 1.515 vítimas de acidentes com motocicletas e ciclomotores ao longo do ano. No balanço divulgado por meio de boletim desenvolvido pela Seguradora Líder, com informações dos últimos dez anos, enviados para o Núcleo de Dados do Sistema Verdes Mares, o Estado se encontra na terceira colocação. O primeiro lugar foi São Paulo com 2.265 pessoas mortas e em segundo Minas Gerais com 1.607 mortos.
Enquanto isso, em 2008, o Ceará teve 888 mortes em acidentes com motos e ciclomotores ocupando a 7ª posição, atrás de São Paulo (3.137), Minas Gerais (1.660), Paraná (1.089), Rio de Janeiro (1.029), Rio Grande do Sul (1.002) e Bahia (918).
Em invalidez permanente, o Ceará ficou, em 2018, atrás apenas de São Paulo (18.327) e Minas Gerais (18.248) com 16.442 indenizações. Já em 2009, o Ceará registrou 5.910 indenizações por invalidez permanente, atrás de Rio Grande do Sul (9.378), Santa Catarina (9.210) e São Paulo (7.106).
Se avaliarmos as indenizações por Despesas Médicas (DAMS), o Ceará, em 2018, fechou com 2.301 indenizações, atrás de São Paulo (6.922), Minas Gerais (6.620), Santa Catarina (4.438), Rio Grande do Sul (3.313), Goiás (3.249) e Bahia (2.580). Em 2009, o Ceará também era o sétimo. Naquele ano, o Estado registrou 2.756 indenizações por Depesas Médicas. Estavam antes no ranking: Paraná (12.850), São Paulo (9.244), Santa Catarina (7.918), Rio Grande do Sul (5.306), Goiás (3.382) e Minas Gerais (3.151).
Em termos de Sinistros, Fortaleza subiu do 9º lugar em 2009 para a 2º posição em 2018. Ano passado, a Capital registrou 4.745 registros de sinistros, atrás apenas de São Paulo (5.574). Já em 2009, Fortaleza estava atrás de Curitiba (8.578), Porto Alegre (2.892), São Paulo (2.639), Goiânia (1.983), Joinville (1.837), Aratuba (1.807), Maringá (1.488) e Montes Claros (1.432).
A frota de motocicletas e ciclomotores aumentou 134,3% de 2009 para 2018. Saiu de 663.074 para 1.553.431. Enquanto os automóveis em 2018 eram 1.204.272. O Nordeste teve, inclusive o maior crescimento de frota (137,3%) saindo de 3.247.848 para 7.707.873.
Em todo o Brasil
Condições climáticas, vias danificadas e sinalização inadequada. Os motociclistas são frequentemente expostos a muitos riscos, mas os índices de imprudência também são altos. A combinação destes fatores traça um cenário no qual motocicletas e ciclomotores protagonizam a maioria dos acidentes de trânsito no país. Nos últimos dez anos, o Seguro DPVAT pagou mais de 3,2 milhões de indenizações por ocorrências envolvendo os dois tipos de veículos. Deste total, quase 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões ficaram com algum tipo de invalidez permanente. Os números ainda mostram que, na última década, os benefícios destinados a vítimas de acidentes com motos e as “cinquentinhas” representam cerca de 72% do total de pagamentos efetuados pelo seguro obrigatório (4,5 milhões).
Entre 2009 e 2018, as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT cresceram 28%. Quando observadas apenas as ocorrências com motocicletas e ciclomotores, o aumento foi de 72%. Os casos de invalidez permanente por conta de acidentes envolvendo essas categorias de veículos são os que mais chamam atenção, com crescimento de 142% na comparação entre 2009 e 2018. Já os pagamentos por acidentes fatais aumentaram 14%.
Entre as regiões brasileiras, o Sul concentrava a maioria das indenizações pagas por acidentes com motocicletas e ciclomotores (55.007 benefícios pagos) em 2009. No entanto, com um crescimento de frota de mais de 137% nos últimos 10 anos, o Nordeste se tornou a área que mais conta com vítimas indenizadas pelo Seguro DPVAT em função de ocorrências com motos. No recorte por Estado, São Paulo lidera o ranking em quantidade total de indenizações pagas. Em dez anos, foram 344.134 pagamentos, destes, 27.198 por morte. O Ceará é o segundo colocado, com mais de 335 mil benefícios pagos.
Quanto ao perfil das vítimas, os motociclistas são os mais atingidos nos acidentes com motocicletas e ciclomotores. Entre 2009 e 2018, mais de 2,3 milhões de vítimas foram indenizadas na condição de motoristas. O número representa mais de 71% do total de benefícios pagos por ocorrências com motos no período. A maioria dos condutores (75%) ficou com algum tipo de sequela definitiva após o acidente, concentrando mais de 1,7 milhões de pagamentos. Se comparado o ano de 2009 com o de 2018, houve um aumento de 125% nos casos de invalidez permanente entre condutores.
Os pedestres são o segundo tipo de vítima que mais corre risco nos acidentes com motocicletas e ciclomotores. Em dez anos, foram pagas mais de 493 mil indenizações a pessoas que se deslocavam a pé no momento da ocorrência. Após ser atingida por uma moto ou ciclomotor, a maioria também ficou com algum tipo de sequela definitiva: foram mais de 417 mil sinistros pagos a pedestres vítimas de invalidez permanente no período. Entre 2009 e 2018, o aumento foi de 254%.
As estatísticas por idade seguem o mesmo comportamento. Há dez anos, os jovens de 18 a 34 anos já eram a maioria atingida, com mais de 92 mil benefícios pagos. Só no ano passado, foram 130.365 indenizações pagas para esta faixa etária.
Apesar de representarem apenas 27% da frota nacional, o crescimento do número de motocicletas e ciclomotores no país, nos últimos dez anos, foi de 81,6%. Para Arthur Froes, superintendente de Operações da Seguradora Líder, o cenário indica uma realidade mais preocupante.
“A moto é um veículo de baixa participação na frota nacional que, ainda assim, é a que mais mata no trânsito brasileiro. Isso é consequência, principalmente, da imprudência. Muitos não usam capacete e outros equipamentos de segurança ao usarem esses veículos. É fundamental que os condutores saiam das autoescolas conscientes da importância da utilização dos itens de segurança e dos perigos de se misturar álcool e direção, bem como do respeito à sinalização”, explica.
Com informações Diário do Nordeste