Um vídeo do pastor Alph Lukau, em que ele aparece gritando "levante-se" para um homem deitado em um caixão, que, em seguida, se ergue e é celebrado por fiéis, viralizou.
As empresas funerárias dizem que foram manipuladas a se envolverem na farsa organizada do lado de fora da igreja de Lukau, próximo a Joanesburgo. O caso foi ridicularizado e criticado por muitos no país.
"Não existem milagres", disse a Comissão para a Promoção e Proteção de Comunidades Culturais, Religiosas e Linguísticas à emissora estatal da África do Sul. "São tentativas de ganhar dinheiro com o desespero do nosso povo."
Três empresas funerárias que dizem ter sido enganadas agora estão tomando medidas legais por danos à sua reputação.
A Kingdom Blue, a Kings & Queens e a Black Phoenix disseram à imprensa local que os representantes da igreja os enganaram de diferentes formas.
"Supostos membros da família do falecido" disseram à Kings & Queens que tiveram um "conflito com um outro fornecedor de serviços funerários".
Os clientes também supostamente colocaram "adesivos da Black Phoenix em um carro particular" para parecerem críveis para a Kings & Queens quando foram contratar um carro fúnebre da empresa. O caixão, dizem os diretores de funerárias, foi adquirido da Kingdom Blue.
A igreja de Lukau, a Alleluia Ministries International, não respondeu ao pedido de comentários da BBC.
O site de notícias Sowetan relata que a igreja recuou em sua alegação de ter realizado uma ressurreição, dizendo que o "morto" já estava "vivo" quando foi levado ao local.
O pastor havia apenas "completado um milagre que Deus já havia realizado", disse a Alleluia Ministries International ao Sowetan.
O correspondente da BBC Milton Nkosi disse que o vídeo provocou um debate nacional sobre falsos pastores e foi amplamente criticado por grupos religiosos renomados.
No entanto, alguns sul-africanos usaram a hashtag #ResurrectionChallenge (#DesafioDaRessureição) nas redes sociais para tratar do caso de forma bem humorada.
Este é o caso mais recente a chamar atenção para líderes religiosos no país que dizem a suas congregações terem realizado feitos extraordinários.
No ano passado, um pastor sul-africano foi considerado culpado de agressão por ter pulverizado um inseticida doméstico sobre os fiéis alegando falsamente que isso poderia curar câncer e infecção pelo vírus HIV.