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sábado, 27 de maio de 2017

Secretaria confirma 14 mortes por chikungunya no Ceará nos cinco meses de 2017

Em 2017, o Ceará já tem 20.515 casos de chikungunya confirmados de acordo com Boletim Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (26), pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Dos casos confirmados, 13.428 estão em Fortaleza e 66,9% do total concentraram-se nas faixas etárias entre 20 e 59 anos. Catorze pessoas morreram em consequência da doença em Fortaleza (11), Beberibe (1), Caucaia (1) e Pacajus (1). Em todo o ano de 2016, foram registrados no estado 31.482 casos da doença.

O boletim mostra um aumento crescente no número de municípios com nível epidêmico da enfermidade. Em maio, 78 dos 184 municípios cearenses estão nesta situação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera nível epidêmico quando uma cidade ou região tem mais de 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. A taxa de incidência dos casos suspeitos de chikungunya no Ceará é de 624,4 casos por 100 mil habitantes.

Comparando com os meses anteriores, o boletim mostra que no mês de março, 16 municípios apresentavam altas incidências de chikungunya, com um incremento de 433,3% no número de municípios com altas incidências em relação a fevereiro, quando apenas três municípios apresentavam mais de 300 casos por 100 mil habitantes. De abril para maio, o incremento foi de 52,9%, passando de 51 a 78 municípios com incidências acima das apontadas pela OMS como parâmetros para epidemia.

Chikungunya

O termo chikungunya vem de um dialeto da Tanzânia, na África, e significa algo como “aquele que se dobra”. O termo surgiu pelo fato de os pacientes acometidos pela doença terem intensas dores articulares, que fazem com que o tronco fique sempre arqueado. Ao contrário do que acontece com a dengue, não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo.

Transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, em adultos a chikungunya apresenta sintomas como febre de início súbito maior de 38,5°C; dores intensas e inchaços nas articulações com início agudo, sem outra causa definida e lesões na pele. Dor de cabeça, dor muscular, cansaço, diarreia, vômitos, conjuntivite, dor de garganta e dor abdominal também são sintomas comuns na fase inicial da doença, segundo especialistas.

O período de incubação da chikungunya no ser humano pode ser de até duas semanas, mas, na maioria dos casos, a doença surge entre três a sete dias após a pessoa ter sido picada pelo mosquito transmissor. Cerca de 80% dos pacientes contaminados desenvolvem os sintomas da doença, segundo estudos.

A fase aguda da febre chikungunya começa com uma febre alta de início súbito, geralmente em torno de 40ºC, associada a mal-estar e dor em várias articulações. As dores articulares costumam surgir nas primeiras 48 horas e acometem cerca de 90% dos pacientes com chikungunya. As dores surgem no corpo inteiro, mas os locais mais afetados costumam ser as mãos, punhos, pés e tornozelos. Intensa dor lombar também é comum.
O paciente pode ter dor em mais de 10 grupos articulares ao mesmo tempo, o que o deixa com incapacidade para a realização de atividades simples e corriqueiras, como pentear os cabelos e levar um alimento à boca. Esse é o sintoma mais característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

A fase aguda dura de três a sete dias, quando os sintomas começam a desaparecer. Mas, segundo especialistas, em cerca de 80% dos casos o paciente entra em uma fase chamada subaguda, que se caracteriza pela continuidade ou até aumento das dores articulares. Apesar de não ter mais febre, a pessoa pode permanecer semanas com poliartralgia. Se as dores articulares durarem mais de três meses, o paciente entrou na fase crônica da doença, que pode durar por até três anos.

Exames


Existem atualmente dois exames específicos que confirmam a suspeita de chikungunya. São eles a sorologia convencional e o PCR, que identifica o material genético do vírus. Estes exames não estão disponíveis em todos os prontos-socorros do Sistema Único de Saúde (SUS) e para demais hospitais não são cobertos pelo convênio para o atendimento em Pronto Socorro, apenas sob internação do paciente ou particular.

Fonte: G1