Em 2017, o
Ceará já tem 20.515 casos de chikungunya confirmados de acordo com Boletim
Epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (26), pela Secretaria de Saúde do
Estado (Sesa). Dos casos confirmados, 13.428 estão em Fortaleza e 66,9% do
total concentraram-se nas faixas etárias entre 20 e 59 anos. Catorze pessoas
morreram em consequência da doença em Fortaleza (11), Beberibe (1), Caucaia (1)
e Pacajus (1). Em todo o ano de 2016, foram registrados no estado 31.482 casos
da doença.
O boletim
mostra um aumento crescente no número de municípios com nível epidêmico da
enfermidade. Em maio, 78 dos 184 municípios cearenses estão nesta situação. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) considera nível epidêmico quando uma cidade
ou região tem mais de 300 casos da doença para cada 100 mil habitantes. A taxa
de incidência dos casos suspeitos de chikungunya no Ceará é de 624,4 casos por
100 mil habitantes.
Comparando com
os meses anteriores, o boletim mostra que no mês de março, 16 municípios apresentavam
altas incidências de chikungunya, com um incremento de 433,3% no número de
municípios com altas incidências em relação a fevereiro, quando apenas três
municípios apresentavam mais de 300 casos por 100 mil habitantes. De abril para
maio, o incremento foi de 52,9%, passando de 51 a 78 municípios com incidências
acima das apontadas pela OMS como parâmetros para epidemia.
Chikungunya
O termo
chikungunya vem de um dialeto da Tanzânia, na África, e significa algo como
“aquele que se dobra”. O termo surgiu pelo fato de os pacientes acometidos pela
doença terem intensas dores articulares, que fazem com que o tronco fique
sempre arqueado. Ao contrário do que acontece com a dengue, não existe uma
forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a
artrite possa continuar ativa por muito tempo.
Transmitida
pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, em adultos a chikungunya apresenta
sintomas como febre de início súbito maior de 38,5°C; dores intensas e inchaços
nas articulações com início agudo, sem outra causa definida e lesões na pele.
Dor de cabeça, dor muscular, cansaço, diarreia, vômitos, conjuntivite, dor de
garganta e dor abdominal também são sintomas comuns na fase inicial da doença,
segundo especialistas.
O período de
incubação da chikungunya no ser humano pode ser de até duas semanas, mas, na
maioria dos casos, a doença surge entre três a sete dias após a pessoa ter sido
picada pelo mosquito transmissor. Cerca de 80% dos pacientes contaminados
desenvolvem os sintomas da doença, segundo estudos.
A fase aguda da
febre chikungunya começa com uma febre alta de início súbito, geralmente em
torno de 40ºC, associada a mal-estar e dor em várias articulações. As dores
articulares costumam surgir nas primeiras 48 horas e acometem cerca de 90% dos
pacientes com chikungunya. As dores surgem no corpo inteiro, mas os locais mais
afetados costumam ser as mãos, punhos, pés e tornozelos. Intensa dor lombar
também é comum.
O paciente pode
ter dor em mais de 10 grupos articulares ao mesmo tempo, o que o deixa com
incapacidade para a realização de atividades simples e corriqueiras, como
pentear os cabelos e levar um alimento à boca. Esse é o sintoma mais
característico da enfermidade: dor forte nas articulações, tão forte que chega
a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai
embora.
A fase aguda
dura de três a sete dias, quando os sintomas começam a desaparecer. Mas,
segundo especialistas, em cerca de 80% dos casos o paciente entra em uma fase
chamada subaguda, que se caracteriza pela continuidade ou até aumento das dores
articulares. Apesar de não ter mais febre, a pessoa pode permanecer semanas com
poliartralgia. Se as dores articulares durarem mais de três meses, o paciente
entrou na fase crônica da doença, que pode durar por até três anos.
Exames
Existem
atualmente dois exames específicos que confirmam a suspeita de chikungunya. São
eles a sorologia convencional e o PCR, que identifica o material genético do
vírus. Estes exames não estão disponíveis em todos os prontos-socorros do
Sistema Único de Saúde (SUS) e para demais hospitais não são cobertos pelo
convênio para o atendimento em Pronto Socorro, apenas sob internação do
paciente ou particular.
Fonte: G1
Fonte: G1