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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Papa: padres podem perdoar católicas que abortaram

O papa Francisco anunciou nesta terça-feira que os padres de todo o mundo poderão conceder durante o ano do Jubileu o perdão às mulheres que abortaram e às pessoas que os realizaram, um pecado que considera um drama "injusto" e "uma derrota".

O anúncio foi feito por meio de uma carta ao presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, na qual autoriza todos os padres durante o ano do Jubileu, que começa em dezembro, a absolver as mulheres que se arrependeram do aborto.

"Conheço bem as condições que conduziram a (as mulheres, NR) a esta decisão. Sei que é um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que levavam em seu coração uma cicatriz por esta escolha sofrida e dolorosa", escreveu o Papa que nasceu na América Latina, onde o aborto é ilegal em muitos países.

"Alguns vivem o drama do aborto com uma consciência superficial, quase sem perceber o gravíssimo mal que comporta um ato deste tipo. Muitos outros, porém, inclusive vivendo este momento como uma derrota, consideram não ter outro caminho por onde ir", completa.

"O perdão de Deus não pode ser negado a qualquer um que tenha se arrependido", ressalta o pontífice ao anunciar a medida excepcional.

"Eu decidi conceder a todos os padres para o Ano Jubilar (8 de dezembro de 2015 a 1 de setembro de 2016), apesar de qualquer questão contrária, a faculdade de absolver do pecado do aborto aqueles que o tenham praticado e arrependidos de coração pedem por isto o perdão", escreveu Francisco.

"Os padres devem se preparar para esta grande tarefa, sabendo conjugar palavras de genuína acolhida com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido, e indicar um caminho de conversão verdadeira", explica.

Segundo as normas da Igreja, os bispos são os responsáveis por conceder o perdão de acordo com o caso.