O deputado federal André Figueiredo (PDT) descartou substituir o também pedetista Manoel Dias no comando do Ministério do Transporte.
Em meio a discussões sobre reforma ministerial no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), o cearense confirmou que o Planalto ofereceu ao PDT a permanência na pasta ou o deslocamento para a Previdência e reconheceu que seu nome era a opção do partido. Entretanto, afirmou que sua prioridade, no momento, é reassumir a liderança da legenda na Câmara dos Deputados.
“Conversei com o presidente [Carlos] Lupi e, para nós, é motivo de muita honra ocupar um cargo ministerial, mas temos a compreensão de que, neste momento, não seria interessante, até porque, a nossa meta verdadeiramente é ser líder da bancada do PDT. Inclusive, já falei com vários parlamentares do partido sobre isso”, disse.
Além dos planos pessoais, outras questões afastam André Figueiredo da Esplanada dos Ministérios. O pedetista não concorda com a “colcha de retalhos que foi montada para abrigar partidos diferenciados da base”. Além disso, ele rechaça que algumas funções que deveriam ser ocupadas por quadros técnicos tenham sido preenchidas por políticos, apenas para contemplar “a bancada desses partidos na Câmara”.
Na contramão disso, o deputado afirma que tem defendido a tese de que a sigla não precisa ocupar um ministério para compor a base de Dilma. “O PDT, hoje, se manifesta, em sua grande parte, de uma forma que não necessariamente precisamos ocupar ministério para ajudarmos a construir um Brasil mais justo”, argumenta.
Esse “Brasil mais justo”, na opinião de Figueiredo, “não condiz com o perfil” do núcleo duro da economia, já nomeado pela presidente. “Nós temos algumas convicções que batem de frente com a atual equipe econômica e achamos que o próximo governo vai privilegiar metas de superávit primário, receitas ortodoxas que não têm dado certo até agora e, consequentemente, nós acreditamos que nossa economia vai continuar com grandes dificuldades”.
Questionado sobre o papel do PDT na construção desse país mais igualitário, o deputado André Figueiredo afirmou que o “projeto [do partido] é construir os ideais de Brizola”.
“A presidente Dilma, inclusive foi do PDT, mas, hoje em dia, nós vemos que o caminho está um pouco desvirtuado e a gente teme que esse governo, caso não se tenha muito pulso, fique um pouco à deriva”, arrematou.
Após criticar a indicação de políticos em detrimento de técnicos, André Figueiredo fez questão de ressaltar que Cid Gomes é uma exceção. Para deputado, a opção pelo governador cearense só enriquecerá o Ministério da Educação.