Um santo, visionário, profeta, conselheiro das massas ou um homem extraordinário. Todas essas definições podem caber muito bem para o cearense que ultrapassa as fronteiras da transcendência. Aos 170 anos de aniversário, completados nesta segunda-feira (24), o Padre Cícero Romão Batista, 80 anos após a sua morte, chama a atenção de estudiosos de diversas partes do mundo.
O Padre Cícero Romão Batista nasceu no dia 24 de março de 1844, na cidade de Crato, e morreu, 90 anos depois, no dia 20 de julho de 1934. Em março de 1865, ingressou no Seminário de Fortaleza, para seguir a carreira eclesiástica, onde foi ordenado em novembro de 1870.
Em abril de 1872, com 28 anos de idade, Padre Cícero Romão passou, então, a residir em Juazeiro do Norte, onde foi vigário e também prefeito.
O suposto milagre do religioso
Em 1889, durante uma comunhão, a hóstia consagrada por Padre Cícero sangrou na boca de uma beata chamada Maria de Araújo. O povo considerou o fato um milagre. As toalhas utilizadas para limpar o sangue tornaram-se objetos de adoração. A notícia espalhou-se e Juazeiro começou a ser visitada por peregrinos, com a finalidade de conhecer de perto o religioso. Padre Cícero chegou a ser acusado por membros da Igreja de manipular a fé das pessoas e cometer uma heresia. O 'fenômeno' tomou proporções com sua divulgação em todo o Nordeste e foram realizados vários questionamentos sobre a veracidade do 'milagre'. A beata chegou a ser levada ao Crato, e o sacerdote foi punido com a suspensão de ordens, em 1894. Mesmo assim, uma grande quantidade de pessoas vinha à sua procura, e ele atendia com atenção e aconselhava a todos. Mesmo proibido de celebrar, ele lutou para ter a permissão da igreja. No ano de 1898, chegou a ir à Roma, encontrar-se com o papa Leão XIII. Durante a visita, ainda chegou a receber autorização parcial, mas ainda estava proibido de celebrar. Mesmo assim, continuava com suas orações junto com o povo, em Juazeiro.