Um morador de Pirajuí
(SP) tenta, há sete anos, fazer uma cirurgia de estômago e se livrar da
obesidade mórbida. Jéferson Ubaldo Bertochi, de 43 anos, pesa 280
quilos e precisa perder ao menos 50 para ser operado com segurança. O
problema é que ele não consegue emagrecer em casa.
Segundo a família, que não tem condições de custear uma clínica
especializada, a ansiedade e a falta de estrutura têm sido os principais
entraves na vida do comerciante. Com o passar dos anos, andar ficou
cada vez mais difícil para ele. “O corpo doi inteiro. Muito peso
sobrecarregado no joelho e coluna. Queria viver porque está muito
difícil”, disse.
Ele tem 1,79 metro de altura e o peso atual é quase o dobro do peso de
oito anos atrás. A mulher dele, Elis Regina Mantovani, contou que por
causa da obesidade, Jéferson desenvolveu alguns problemas de saúde e
acabou “preso” dentro da própria casa. “É difícil, porque ver o
sofrimento dele todo dia e não poder ajudar mais. É muita ansiedade e
não consegue fazer nada. Só dentro de casa, parado”.
A situação dele preocupa também aqueles que moram próximos à família. A
enfermeira Sirlene Marins disse que ajuda como pode. “Às vezes, ele
precisa de uma injeção para aplicar. Então, ele pede porque as dores
dele são intensas e a gente ajuda nessa parte”. Os pais afirmaram que já
fizeram de tudo para conseguir a internação em uma clínica
especializada em emagrecimento e que o tratamento é caro e a família não
tem condições de pagar.
“Ele sozinho não consegue fazer essa dieta, mesmo por causa da
ansiedade ele fica desesperado e desespera toda família”, Jéferson
Ubaldo Bertochi, que tem o mesmo nome. A mãe também pede apoio para
cuidar do filho. “Ele precisa de ajuda para cuidar dele”, desabafou a
mãe, Vera Lúcia Bertochi.
Segundo o médico especialista em cirurgia bariátrica, a redução de
estômago geralmente é indicada para pacientes que estão acima do peso e
que tiveram complicações por causa da obesidade. “A indicação cirúrgica é
normatizada pelo Conselho Federal de Medicina e o paciente precisa
estar entre Índice de Massa Corporal de 35 a 40, associado a pelo menos a
duas co-morbidades, como hipertensão e diabetes, ou ter o IMC acima de
40 kg por metro quadrado”, explicou Celso Roberto Passeri.
Para saber o Índice de Massa Corporal basta dividir o peso pelo
resultado da altura multiplicada por ela mesma. No caso de Jéferson, o
IMC passa de 87 e o coloca no grau mais alto de obesidade. Mesmo assim,
ele contou que em um hospital de Botucatu, a orientação foi para que ele
perdesse pelo menos 50 quilos antes do procedimento. “Passo por um
médico em Botucatu. E ele pede para a segurança minha para perder 10,
15% do peso que estou”.