O prognóstico para os próximos três meses
da quadra chuvosa deste ano foi divulgado na manhã de ontem pela
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A
probabilidade de o Estado ter chuvas abaixo da média histórica em março,
abril e maio é de 40%. O percentual é o mesmo da previsão divulgada em
janeiro para os meses de fevereiro a abril. As alterações de
probabilidade foram nas categorias de chuvas em torno da média (subiu de
35% para 40%) e chuvas acima da média (caiu de 25% para 20%).
As
previsões abrangem trimestres diferentes e são atualizadas com a
reavaliação das condições atmosféricas e dos oceanos Atlântico e
Pacífico. “Comparando os dois prognósticos deste ano, há uma pequena
melhoria em relação ao anterior. Mas se pensarmos na segurança hídrica,
as chuvas ficando em torno da média não produzem aporte para o
abastecimento do Estado”, avalia Eduardo Sávio Martins, presidente da
Funceme.
Ainda segundo ele, a Região dos Inhamuns aponta
chances de ter chuvas dentro da média histórica. A previsão passada
trazia perspectiva de chuvas abaixo da média. “Mas mesmo a média para
essas localidades é muito baixa. O cenário continua preocupante”,
pondera.
A análise
das chuvas observadas desde novembro de 2013 foi mostrada para basear as
ações de enfrentamento à estiagem no Ceará. Novembro e dezembro ficaram
acima da média. No entanto, os dois primeiros meses deste ano têm
apresentado volumes inferiores aos valores estipulados para cada mês. As
chuvas de janeiro foram de 52,6 milímetros e não alcançaram a média de
98,9 milímetros. Até agora, o mês de fevereiro teve 102,5 milímetros.
Segundo Eduardo Sávio, os volumes do último fim de semana podem ter
aproximado os valores do mês da média de 127,2 milímetros.
Durante
reunião do Comitê Integrado da Seca, a Funceme apresentou uma
preocupação em relação às chuvas de 2015. Segundo o presidente Eduardo
Sávio, as condições do Oceano Pacífico mostram um cenário possível para a
ocorrência do El Niño no segundo semestre deste ano. No Brasil, o
fenômeno é associado ao agravamento das secas no Nordeste.
No
Ceará, o El Niño pode afetar as chuvas do próximo ano. “Não é uma
previsão, mas os modelos atuais apontam para essa probabilidade. E não
significa outro ano de seca, mas existe a chance de termos chuvas
insuficientes em 2015”, explica. De acordo com ele, a informação é
importante para que o Governo do Estado tenha tempo para planejar
soluções de caráter permanente.
Cidades com alta criticidade
Canindé, Caririaçu, Crateús, Meruoca, Ipaporanga, Irauçuba, Maranguape, Nova Russas, Pereiro, Potiretama.
Cidades com criticidade média
Aratuba, Guaramiranga, Itatira, Mulungu, Palmácea, Piquet Carneiro, Quiterianópolis, Tauá.
Cidades em alerta
Alcântaras, Aquiraz, Baixio, Caridade, Catunda, Ipaumirim, Pacoti, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Trairi, Umari.
Cidades abastecidas com soluções emergenciais (Cogerh, Sohidra, Cagece)
Acopiara,
Antonina do Norte, Beberibe, Coreaú, Fortim, Graça, Itapajé,
Jaguaretama, Madalena, Meruoca, Milhã, Moraújo, Mucambo, Pacujá,
Parambu, Pecém, Pindoretama, Potengi, Salitre, Senador Sá e Uruoca.