Detentos da Cadeia Pública do Crato, a 567 Km de Fortaleza, fizeram uma rebelião nesta quarta-feira (2). Segundo o comandante da PM do Crato, Luciano Rodrigues, parte dos detentos se revoltou e destruiu equipamentos, além de atear fogo em colchões.
“Eles tocaram fogo nos colchões e utilizaram um freezer para servir de barreira. Mas sem muito uso de força, o problema foi resolvido. Todos os presos foram recolhidos e a Secretaria de Justiça vai tentar consertar objetos danificados para manter os presos aqui”, disse. Luciano Rodrigues.
Após a rebelião, o lugar foi vistoriado. A Polícia Militar e agentes penitenciários encontraram várias armas artesanais, celulares, carregadores de celular e cachaça feita pelos próprios presos na cadeia.
O administrador do cadeia afirmou para a equipe de reportagem da TV Verdes Mares que a lotação na cadeia está no limite. A capacidade é para 172 presos e, segundo ele, esse número já foi ultrapassado.
A rebelião foi motivada pela superlotação. Segundo parentes de alguns detentos, as condições são ruins. “As condições estão péssimas. Os banheiros todos entupidos. Eles não são animais para viver nessas condições”, afirmou Priscila Rodrigues, a esposa de um preso.
Já Maria Gomes Brasil, mãe de um detento, reclama da falta de alimentos dentro da cadeia.
“A merenda na cadeia é muita pouca. Só um suquinho ali e guaraná. Banana só três. Como é que se vive nessas condições?
O comandante da PM Luciano Rodrigues reconheceu os problemas e disse que tudo já foi repassado para a Secretaria de Justiça do Estado. “O sistema de esgoto é uma problemática da cadeia. A questão de energia em cada cela que ainda não tem. Essas reivindicações foram repassadas para a Secretaria de Justiça e creio que vão tomar providência”, relatou.
De acordo com a Secretaria de Justiça, as denúncias não procedem porque a cadeia foi inaugurada no ano passado e obedece os padrões do Departamento Penitenciário Nacional. A limpeza no prédio é feita duas vezes por dia. E a alimentação segue os padrões de todas as cadeias do estado.