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domingo, 7 de maio de 2023

Comerciante espancado após ser chamado de ladrão tem morte encefálica


O comerciante Osil Vicente Guedes, de 49 anos, espancado após ser falsamente chamado de ladrão, teve morte encefálica confirmada na madrugada deste domingo (7/5), em São Paulo.

Osil estava internado em estado grave após ser brutalmente agredido por quatro homens no Guarujá, litoral paulista.

O caso ocorreu por volta das 16h40 de quinta-feira (4/5), na esquina das ruas Tambaú e Oswaldo Cruz, na cidade litorânea.

Osil estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro. De acordo com o portal G1, o hospital informou que a família da vítima recebe acompanhamento psicológico.

O Metrópoles entrou em contato com o hospital, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. Após a morte encefálica, a instituição de saúde deve realizar procedimentos caso o paciente seja doador de órgãos.

Entenda o caso

Osil havia pegado a moto CG 150 emprestada do amigo, José Alexandre de Freitas, de 55 anos, para buscar a chave de um ferro-velho. O comércio tinha sido arrendado pela vítima há alguns anos.

Porém, após sair com o veículo, o comerciante não retornou mais, segundo relatado por um amigo no 2º DP do Guarujá.

Quando Osil trafegava com a moto pelo bairro Pae-Cará, uma pessoa gritou “pega ladrão”. Isso provocou uma reação violenta em pessoas que passavam pelo local.

Imagens feitas com um celular mostram a vítima sendo agredida com um capacete e um pedaço de madeira.

Enquanto testemunha as agressões, a pessoa que fez os registros afirma: “Não tá bom pra ladrão de moto não, não tá não. Ladrão de moto tá se lascando.”

A reportagem apurou não existir nenhuma queixa de roubo ou furto relacionada à moto que era conduzida pela vítima.

O caso foi registrado como lesão corporal. A Polícia Civil investiga a identidade dos autores das agressões.

Em maio de 2014, Fabiane Maria de Jesus, 33, foi espancada até a morte por moradores de Guarujá, após ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças para ritual macabro. Cinco pessoas foram presas e condenadas a 30 anos de prisão pelo crime.

Fonte: Metrópoles