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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

PF encontra submetralhadora e fuzil em operação contra bolsonaristas

A Polícia Federal (PF) encontrou armamento pesado, como submetralhadora, fuzil e rifles com lunetas, durante operação deflagrada nesta quinta-feira, 15, contra bolsonaristas. Foram cumpridos cerca de 100 mandados de busca e apreensão contra apoiadores de Jair Bolsonaro, suspeitos de envolvimento nos atos antidemocráticos.

O balanço preliminar da operação foi divulgada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que fará parte do governo Lula a partir de 1º de janeiro.

"Nas operações policiais contra atos antidemocráticos, determinadas pelo STF, foram encontradas várias armas. Definitivamente isso não é 'liberdade de expressão'", escreveu ele em seu Twitter.

Segundo informações do jornal O Globo, a apreensão dessas armas aconteceu em Santa Catarina. Em um dos endereços, agentes da PF encontraram 11 armas e munições. A residência estava vazia.

Em outro local, foram encontradas mais cinco armas, sendo uma delas sem registro. Uma pessoa foi presa em flagrante.

Operação contra bolsonaristas

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de coordenarem atos antidemocráticos e bloqueios em estradas são alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é relator do inquérito que investiga manifestações inconstitucionais e fake news sobre urnas e eleições na Suprema Corte.

De acordo com a Polícia Federal, são cumpridos 81 mandados de busca e apreensão nos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal.

Na quarta-feira, 14, o ministro disse em um evento que "ainda tem muita gente para prender e muita multa para aplicar" no inquérito sobre atos antidemocráticos.

A ofensiva é aberta três dias após bolsonaristas tentarem invadir a sede da Polícia Federal em Brasília, além de atearem fogo a carros e ônibus na capital federal. O estopim para a escalada nas ações dos militantes bolsonaristas foi a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante, sob suspeita de crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Bloqueios em estradas

Após os atos considerados antidemocráticos se espalharem pelo País com a derrota de Bolsonaro nas urnas, o Supremo determinou o desbloqueio de rodovias que foram tomadas pelos apoiadores do presidente. Além disso, a Corte impôs multa aos veículos identificados como participantes dos atos - e ainda determinou que as Polícias e Ministério Público investiguem supostos líderes e financiadores das ações.

As ações levaram à abertura, no Supremo, de uma apuração "em razão da ocorrência, após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022 pelo Tribunal Superior Eleitoral, de diversos atos antidemocráticos, nos quais grupos de caminhoneiros, insatisfeitos com o resultado do pleito, passaram a bloquear o tráfego em diversas rodovias do país, em modus operandi semelhante ao verificado nos Feriados da Independência de 2021 e 2022".

Na petição, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias de dez pessoas e 33 empresas diante da possibilidade de financiamento de 'atos ilícitos e antidemocráticos' que bloquearam rodovias em todo o País após a derrota de Bolsonaro nas urnas.

Com informações de Estadão Conteúdo