A utilização de verba partidária para pagar anúncios na internet com o objetivo de promover candidatos ou plataformas eleitorais já consumiu R$ 1,26 bilhão, apenas nos últimos oito meses. O campeão desse tipo de gasto é o PL, presidido por Valdemar Costa Neto, que apresentou explicações preliminares ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, nesta quarta (27). O PL é a legenda que promove a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição.
Apenas no período de dois dias próximos à convenção do partido que oficializou a chapa Bolsonaro-Braga Neto, o PL gastou R$ 742 mil com anúncios na internet – o chamado “impulsionamento” de conteúdo. Esse tipo de propaganda passou a ser regulado pela Justiça Eleitoral depois da eleição de 2018, após indícios de ilegalidades, incluindo o financiamento privado da divulgação e a distribuição em massa de conteúdo falso.
O monitoramento dos anúncios é possível por meio de plataformas digitais – a principal delas, a adstransparency.google.com, criada para permitir a fiscalização pública dessa atividade. O serviço permite o acesso ao conteúdo batizado de Transparência de Anúncios Políticos.
O presidente do TSE, que tem se sinalizado rigor no cumprimento das normas que regem a próxima eleição, deu prazo ao Partido Liberal para explicar a origem do dinheiro que bancou o impulsionamento dos anúncios. Fachin recebeu nesta quarta o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em audiência. Oficialmente, o dirigente partidário manifestou apoio ao sistema eleitoral brasileiro.
A questão está no centro de mais uma disputa judicial entre PT e PL. Em ação contra os adversários, os petistas querem que a legenda de Bolsonaro seja multada em quase R$1,5 milhão por suposto impulsionamento ilegal de conteúdo na internet.
Fonte: R7