Páginas

domingo, 5 de junho de 2022

Sobe para seis o número de casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil


O Ministério da Saúde investiga seis casos suspeitos de varíola dos macacos no Brasil, sendo um deles no Ceará. Além dos quatro registros divulgados na última semana, outras duas possíveis infecções em Rondônia passaram a ser monitoradas pelo órgão.

Todos os pacientes seguem em isolamento e são acompanhados. Não há, todavia, caso confirmado da doença no País.

A informação foi divulgada pelo ministro Marcelo Queiroga, neste sábado (4), em seu perfil oficial do Twitter.

Apesar do surto na América do Norte e na Europa, a doença ainda não chegou oficialmente ao Brasil. No último dia 27 de maio, o primeiro caso da América Latina foi confirmado.

ONDE SÃO OS CASOS SUSPEITOS?

Ceará (1)
Mato Grosso do Sul (1)
Rio Grande do Sul (1)
Rondônia (2)
Santa Catarina (1)

COMO ESTÁ O CASO DO CEARÁ?

A situação é monitorada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Segundo a pasta, o caso suspeito de varíola dos macacos no Ceará foi identificado em um residente de Fortaleza.

O paciente está em isolamento e segue monitorado pela Sesa. A notificação foi confirmada, na última segunda-feira (30), pelo Ministério da Saúde.

Conforme a Sesa, a pessoa com suspeita de infecção não teria viajado para os locais onde a doença já foi registrada ou contato com alguém contaminado. Detalhes sobre sintomas e outros ainda não foram repassados.

A pasta frisou que foram aplicadas todas a medidas recomendadas, incluindo a busca de contatos e a coleta de material para exames, que está em processamento.

O QUE É A VARÍOLA DOS MACACOS?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a doença recebeu esse nome porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos mantidas para pesquisa, em 1958. Somente em 1970, foi detectada em humanos. A varíola dos macacos é causada pelo vírus monkeypox.

Apesar de ser da mesma família da varíola humana, o patógeno causador da doença dos macacos tem menor risco de complicações. Segundo a OMS, a enfermidade é encontrada na África Central e Ocidental, onde há florestas tropicais e os animais que podem transportar a doença.

Ocasionalmente, pessoas com varíola são identificadas em outros países, após viagens de regiões onde a varíola é endêmica.

QUAIS OS SINTOMAS?

Segundo a OMS, os sintomas duram entre duas e quatro semanas, mas desaparecem por conta própria sem tratamento. A orientação é que as pessoas com os sinais descritos abaixo procurem orientação médica e comuniquem possível contato com alguém infectado. Veja os sintomas:

Febre;
Dores de cabeça intensa, musculares e/ ou nas costas;
Baixa energia;
Linfonodos inchados;
Erupções cutâneas ou lesões.

Geralmente, a erupção se apresenta de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, cheias de líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, secar e cair.

Segundo o órgão, o número de lesões em uma pessoa pode variar de alguns a milhares. A erupção tende a se concentrar no rosto, palmas das mãos e solas dos pés. Eles também podem ser encontrados na boca, genitais e olhos.

COMO SE TRANSMITE?

A doença não se espalha facilmente, mas a transmissão ocorre através do contato com animais ou com a pessoas infectadas. No caso dos seres humanos, estudos apontam que o vírus é transmitido quando há interação física com pessoas que ainda estejam apresentando sintomas (entre duas e quatro semanas).

Até o momento, não está claro se assintomáticos podem espalhar o vírus. De acordo com a OMS, a erupção cutânea, os fluidos corporais (pus ou sangue de lesões na pele) e as crostas são infecciosos. Por isso, é necessário evitar o compartilhamento dos seguintes itens com os infectados:

Roupas;
Roupas de cama;
Toalhas;
Objetos como utensílios/pratos.

Além disso, úlceras, lesões ou feridas na boca podem ser infecciosas, o que significa que a doença pode se espalhar pela saliva. As pessoas que interagem de perto com alguém que é infeccioso, incluindo profissionais de saúde, membros da família e parceiros sexuais, correm maior risco de infecção.

O vírus também pode se espalhar de uma pessoa grávida para o feto ou de um pai infectado para o filho durante ou após o nascimento por meio do contato de pele.

VARÍOLA DOS MACACOS MATA?

Segundo a OMS, os sintomas das pessoas contaminadas desaparecem por conta própria em algumas semanas. Entretanto, há casos mais graves que podem levar a complicações médicas e até a morte. O risco é maior para recém-nascidos, crianças e pessoas com deficiências imunológicas subjacentes.

As complicações de casos graves podem ser infecções de pele, pneumonia, confusão e infecções oculares que podem levar à perda de visão. Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%.

VACINA CONTRA VARÍOLA PROTEGE DA DOENÇA DOS MACACOS?

A OMS informou que as pessoas vacinadas contra a varíola no passado também terão alguma proteção contra a maioria dos casos da doença dos macacos. Portanto, a vacinação prévia contra a varíola pode resultar em uma doença mais leve.

Fonte: Diário do Nordeste