Proprietários de veículos automotores do Ceará vão pagar ainda mais caro pela gasolina. Uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) realizada em 202 postos de combustível do estado aponta uma nova alta no preço do litro da gasolina no estado.
O preço médio do produto custa atualmente R$ 5,99; há duas semanas, o preço era R$ 5,93. Os preços foram coletados entre os dias 29 de agosto e este sábado (4), data em que foi divulgada a pesquisa.
Sobral tem o preço mais caro do estado, onde os estabelecimentos vendem o litro da gasolina por até R$ 6,71. Já o mais barato é em Fortaleza, onde o combustível custa a partir de R$ 5,59.
Confira na tabela abaixo o preço médio, mínimo e máximo da gasolina nas cidades do Ceará pesquisadas pela ANP.
Os preços de combustíveis no Ceará e no Brasil tiveram seguidos aumentos nos últimos meses. Para explicar a disparada, primeiro é preciso entender como os preços da gasolina e do diesel são definidos. A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
Outros fatores que explicam os aumentos são:
* Dólar em alta: O principal 'motor' das altas da gasolina e do diesel vem sendo o real desvalorizado. Até esta quarta-feira (25), o dólar – moeda à qual o valor do petróleo é atrelado – acumulava alta de 0,46% sobre o real este ano. Em março, no entanto, essa valorização chegou a 11%.
* Preço do petróleo no mercado externo: Há ainda um fator adicional de pressão. O valor do combustível também é influenciado pela recuperação da cotação do petróleo no mercado internacional. Depois do choque provocado pela pandemia de coronavírus, a economia global deve ter um crescimento robusto neste ano, o que aumenta a busca pela commodity e, consequentemente, ajuda a puxar os preços para cima.
* Política de preços da Petrobras: No governo Michel Temer, a Petrobras alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. Os preços de venda dos combustíveis praticados pela estatal passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil, por exemplo.
* Tributação: Uma das principais acusações correntes sobre a alta de preços está relacionada ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – o ICMS. O imposto estadual, de fato, tem grande peso sobre o valor na bomba. A alíquota varia entre os estados: no caso da gasolina, chega a 30% em alguns locais.
Fonte: G1