Governadores do Nordeste estudam aplicar as primeiras doses da vacina Sputnik V — aprovada na sexta-feira, com condicionantes, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — em uma cidade de cada Estado. A ideia é reproduzir um estudo realizado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, pelo Instituto Butantan, para avaliar a eficácia da CoronaVac. As informações são do jornal O Globo.
Segundo o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a proposta foi discutida em uma reunião realizada na manhã deste sábado, 5. "A ideia que a gente discutiu hoje é de, provavelmente, escolher cidades. Piauí, por esse 1%, duas doses, vai receber 64 mil doses. Vamos escolher uma cidade que tenha mais ou menos 32 mil pessoas para vacinar", explicou Dias, ao participar de transmissão do grupo de advogados Prerrogativas. "Vamos aplicar a primeira e a segunda dose, como foi feito em Serrana, acompanhado pelo Butantan. E assim, cada um dos Estados. É mais ou menos essa a ideia", complementou ele, que também é o coordenador para vacinação do Fórum Nacional de Governadores e o presidente do Consórcio Nordeste, que reúne governantes da região.
Na sexta-feira, a Anvisa autorizou a importação excepcional e temporária de doses da Sputnik V feita pelos estados da Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. A decisão vale apenas para lotes específicos de imunizantes e não configura autorização de uso emergencial contra a Covid-19.
Segundo a Anvisa, poderão ser importadas inicialmente 928 mil doses da Sputnik V. Após o uso das doses autorizadas, a agência vai analisar os dados de monitoramento para avaliar os próximos quantitativos a serem importados.
O cálculo, informou a agência, foi feito da seguinte forma: no caso da Sputnik, o uso será restrito a 1% da população de cada um dos seis estados solicitantes.
Estudos locais
A cidade de Serrana, no interior de São Paulo, foi escolhida para o estudo conduzido pelo Instituto Butantan e que apostou em uma campanha de vacinação em massa contra a Covid-19. O município com 45 mil habitantes tinha um alto índice de contágio, o qual foi controlado após 75% da população ser imunizada. De acordo com os dados da pesquisa, logo depois do fim da vacinação, o índice de mortes caiu 95%.
Um experimento semelhante está sendo realizado na cidade de Botucatu, também em São Paulo, mas com a vacina da AstraZeneca. O comitê científico da cidade do Rio também avalia fazer o mesmo na Ilha de Paquetá.
Fonte: O Povo