Fevereiro, que é o primeiro mês da quadra chuvosa, terminou com 24,6% de reserva de água acumulada nos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). É a melhor reserva hídrica desde 2014, quando foram registrados 29,5%. Atualmente são dois açudes sangrando: Caldeirões, em Saboeiro, na Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe, e a Barragem do Batalhão, em Crateús,
De acordo com o Portal Hidrológico da Cogerh, além dos dois açudes que estão transbordando há outros dois com volume acima de 90%. São eles: Germinal, em Palmácia (95,4%) e Atalho, em Brejo Santo (91%). Há 63 reservatórios com volume abaixo de 30%.
Acúmulo de água dos açudes em 28 de Fevereiro:
2021 - 24,6%
2020 - 14,7%
2019 - 11,20%
2018 - 12,21%
2017 - 6,5%
2016 - 12,67%
2015 - 19,0%
2014 - 29,5%
O gestor Executivo da Secretária de Recursos Hídricos (SRH), Aderilo Alcântara, frisou que as últimas chuvas têm favorecidos aportes pontuais nos açudes cearenses, mas que “o quadro atual ainda exige uso consciente da água e que o nível das reservas ainda traz preocupação, pois não temos um quadro confortável, embora seja o melhor dos últimos oito anos”.
Alcântara também mostrou preocupação com o prognóstico divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em fevereiro passado, para o trimestre – março, abril e maio, que aponta possibilidade de 50% das chuvas ocorrerem abaixo da média histórica para o período.
Açudes estratégicos
O nível dos três maiores açudes cearenses ainda preocupam. O Castanhão, maior do Estado, está apenas com 10,1%. O açude Orós, com 20,1%, e o Banabuiú, terceiro maior do Ceará, está com 11,6%. “São reservatórios estratégicos que precisam de maior aporte neste ano”, ressalta Aderilo.
O açude Roberto Costa (Trussu), que abastece Iguatu e Acopiara, na região Centro-Sul cearense, está com 19,6%. Segundo o escritório regional da Cogerh, é um volume que dá para manter o abastecimento das duas cidades por dois anos.
“A gente não quer passar o sufoco de 2019, quando a água ficou imprestável para o uso e houve dificuldades no abastecimento dessas duas cidades”, pontuou o secretário de Meio Ambiente de Iguatu, Mário Rodrigues.
Já o açude Lima Campos, que abastece a cidade de Icó e dezenas de localidades rurais, além de parte do perímetro irrigado, está com 14,7%. É uma reserva também que não dá segurança hídrica por mais de dois anos.
Cenário delicado
Seis açudes estão totalmente secos: Forquilha II (Tauá), Jatobá (Ipueiras) e Madeiro (Pereiro), Monsenhor Tabosa (cidade homônima), Pirabibu (Quixeramobim) e Salão (Canindé).
Já no volume morto, são 13 açudes: Adauto Bezerra (Pereiro), Barra Velha (Independência), Canafístula (Iracema), Castro (Itapiúna), Cipoada (Morada Nova), Joaquim Távora (Jaguaribe), Pompeu Sobrinho (Choró), Potiretama (Potiretama), Riacho da Serra (Alto Santo), São Domingos (Caridade), Sousa (Canindé), Trapiá II (Pedra Branca) e Várzea do Boi (Tauá).
Bacias Hidrográficas
De um total de 12 bacias hidrográficas, as quatro que acumulam maior volume de água estão localizadas na região Norte do Estado: Acaraú (70,4%), Coreaú (68,17%), Litoral (68,01%) e Ibiapaba (64,27%).
Já as três bacias hidrográficas com menor volume acumulado são Médio Jaguaribe (9,7%), Banabuiú (10,45%) e Curu (20,18%). As demais bacias acumulam os seguintes volumes: Alto Jaguaribe (26,32%); Baixo Jaguaribe (32,33%); Metropolitana (46,33%); Salgado (44,04%) e Crateús (31,18%).
Informação Diário do Nordeste