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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Paciente com câncer deve ter prioridade para vacinar contra covid-19


A pandemia do novo coronavírus reduziu em 75% as cirurgias de câncer de mama no Brasil em seu período de pico, entre os meses de março e abril do ano passado, em comparação ao mesmo bimestre de 2019.

“Não só as pacientes deixaram de ser operadas, como muitas deixaram de realizar o rastreamento mamográfico para fazer o diagnóstico precoce do câncer de mama. Muitas ainda deixaram de ir aos consultórios médicos para fazer suas consultas de rotina no seguimento de suas doenças”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Vilmar Marques.

A entidade comemorou, nesta sexta-feira, o Dia da Mamografia e o Dia do Mastologista, reivindicando a vacinação prioritária de pacientes com câncer de mama e outros cânceres contra a covid-19.

O medo de contaminação pela covid-19 durante o deslocamento e também ao dar entrada na unidade de saúde levou a uma queda de 45% no número de mamografias entre janeiro e julho de 2020, em relação a igual período do ano anterior, de acordo com levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Câncer de Mama, em parceria com a SBM. No estado do Rio de Janeiro, essa queda alcançou 52%. Marques explicou que esses números refletem a queda no rastreamento mamográfico.

“Essas pacientes perderam a oportunidade de fazer um diagnóstico precoce da doença”. O presidente da SBM informou que agora, devido ao aumento de mortes pela covid-19 e em razão do estrangulamento do sistema de saúde, muitos mastologistas diminuíram o seu movimento cirúrgico.

CÂNCER DE MAMA NO CEARÁ

A mortalidade por câncer de mama cresceu 12% no Ceará entre 2017 e 2019, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Ao todo, 684 mulheres perderam a vida por conta da doença, em todo o estado, em 2017. O número cresceu para 734, em 2018, e para 772.

No Ceará, a estimativa para o ano de 2020, feita pelo INCA foi de 2510 novos casos de câncer de mama. Já em Fortaleza, a previsão feita pelo Instituto é de 1230 mulheres diagnosticadas com a doença.

Somente em 2018, mais de 17 mil mulheres brasileiras morreram da doença e a estimativa para cada ano do triênio 2020-2022, é de 66 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) servem de alerta para que as mulheres se conscientizem sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

Informações Ceará Agora