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domingo, 1 de março de 2020

PM é achado morto e outros três policiais são baleados ao reagir a assaltos neste sábado

Três policiais foram baleados ao reagir a assaltos na Grande Fortaleza na noite deste sábado (29). Um deles levou um tiro de raspão na cabeça. Os militares foram socorridos no Instituto Dr. José Frota (IJF), em Fortaleza. Ainda no sábado (29), o policial militar Heitor de Amorim Silva, de 31 anos, foi encontrado morto em um terreno, no município de Pacatuba. 

Dois dos PMs baleados ficaram feridos após reagir a assaltos em Itaitinga. O outro caso, também registrado na noite de sábado, ocorreu no Bairro Pavuna. O policial tentou evitar um assalto em um posto de combustível, houve troca de tiros com os criminosos e o pm ficou ferido na perna.

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, se pronunciou em suas redes sociais sobre a morte do policial e a escalada de violência registrada no Estado após o início do motim da Polícia Militar, em 18 de fevereiro. Parte da PMCE paralisou as atividades em protesto por aumento salarial, com atos como ocupação de batalhões da polícia e sequestro de viaturas. Costa relacionou os homicídios registrados no Estado ao movimento de paralisação de grupos de PMs. 

“Lamento profundamente o falecimento do Cabo PM Heitor de Amorim Silva, 31 anos. Assim como lamento a morte desse militar, lamento tantas outras mortes que tem ocorrido em nosso estado, resultado de um movimento ilegal, que insiste em manter viaturas sequestradas dentro de batalhões e companhias, além de impedir que militares trabalhem”, declarou o secretário. 

AUMENTO DE ASSASSINATOS

Neste sábado (29), pelo menos 10 mortes foram registradas no Estado, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) e informações apuradas pelo Diário do Nordeste.

O mês de fevereiro teve um aumento de 138% no número de assassinatos se comparado aos primeiros 25 dias do mês de fevereiro de 2019. 

Foram registradas 153 mortes violentas em 25 dias de fevereiro de 2019; em igual período deste ano, a SSPDS contabilizou 364 assassinatos. 

'REFLEXÃO'

André Costa ainda pediu, em declaração na sua página do Instagram, que os policiais amotinados “reflitam” sobre os resultados da insegurança. 

“Reflitam vocês, policiais que estão amotinados, as suas famílias e seus irmãos de farda podem ser vítimas da insegurança que vocês estão ajudando a gerar”, reforçou. 

E realçou o trabalho dos profissionais da segurança que continuam atuando em meio à paralisação. 

“Quero que a população saiba que em meio a tudo isso, ainda existem militares sérios, corajosos e vocacionados, que seguem trabalhando e honrando o juramento que fizeram. Além disso, enalteço o trabalho dos policiais civis, peritos e papiloscopistas que estão trabalhando para solucionar o caso do Cabo Amorim”, disse.

MOTIM NO CEARÁ

Os atos de grupos policiais iniciaram na noite do dia 18 de fevereiro, com a ocupação do 18º Batalhão da PM, no Bairro Antônio Bezerra. Policiais encapuzados esvaziaram pneus de viaturas e bloquearam o acesso ao Batalhão.

As ações se espalharam para o Interior do Estado. Em Sobral, o senador licenciado Cid Gomes (PDT) foi baleado quando tentava entrar com uma retroescavadeira em um quartel militar ocupado.

Força Nacional e o Exército Brasileiro foram convocados para dar reforço à segurança do Ceará, com aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) assinada pelo presidente.

NEGOCIAÇÃO

Uma comissão com membros dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário foi formada para negociar o fim da paralisação com um representante da PM. Neste domingo (1º), o grupo se reúne na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE)

Os policiais amotinados reivindicam anistia e outros pontos como reajuste salarial e auxílio por risco de vida. O Governo do Estado descartou a anista e encaminhou à Assembleia uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe o perdão a militares amotinados. O projeto foi encaminhado pelo governador Camilo Santana (PT) ainda nesta sexta-feira (28). 

Em paralelo, outros negociadores da comissão, como o presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas, e o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, conversam sobre alternativas para tentar um acordo com o movimento dos policiais militares.

Com informações Diário do Nordeste