O açude na cidade de Redenção, no Ceará, Acarape do Meio atingiu 101% da capacidade após chuvas registradas entre quinta-feira e sexta-feira (28). Com ele, o Ceará passa a ter dez barragens sangrando, das 155 monitoradas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Este é o maior número de açudes nesta situação (até 28 de fevereiro) dos últimos nove anos. Somente em 2011 o Estado superou a marca, quando 12 reservatórios atingiram volume acima da capacidade máxima. Na ocasião, quatro barragens estavam próximas da sangria - entre 90% e 99%.
Chuva em 60 cidades
Entre 7h de quinta-feira e 7h de sexta-feira (28), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuvas em pelo menos 60 municípios. As maiores precipitações foram observadas na Ibiapina (60.5 mm), Redenção (51 mm) e Granja (45 mm).
Para o dia, a Funceme prevê nebulosidade variável com eventos de chuva em todas as regiões, situação que deve se repetir até o domingo (1).
Fevereiro chuvoso
Mesmo faltando dois dias para o fim do mês, este já é o segundo fevereiro mais chuvoso da década, segundo a Funceme. Até as 10h30 de hoje, o Estado já contabilizou 194.7 milímetros, um desvio positivo de 64,1%. Fevereiro de 2018 foi o mês com maior média de chuvas da década (196,7 mm). Neste cenário, a última semana também registrou bom aporte.
Entre o último domingo (23) e as 7 horas desta sexta-feira (28), o Ceará registrou 34,3 mm (17,6% do precipitado em fevereiro). O bom volume fez com que o Açude Gameleira, na fronteira de Itapipoca, Trairi e Tururu, também ultrapassasse o 100% da capacidade, nesta quinta-feira (27). Além dos 10 reservatórios em sangria, outros oito estão com capacidade entre 90% e 99% - próximos do limite.
Açudes sangrando
Gameleira
Itaúna
Tucunduba
Acaraú Mirim
São Pedro Timbaúba
Quandu
Itapebussu
Germinal
Tijuquinha
Acarape do Meio
Açudes próximos de sangrar (entre 90% e 99%)
Gangorra
Várzea da Volta
São Vicente
Diamantino II
Jenipapo
Sobral
Itapajé
Valério
Grandes açudes ainda secos
Apesar da marca de 10 açudes sangrando, o Estado enfrenta dificuldades no abastecimento de equipamentos importantes, como o Castanhão, maior do Ceará. Até esta sexta-feira (28), o reservatório acumula apenas 2.59% da capacidade. Além dele, o Orós, segundo maior do Estado, concentra 4,74% do total. Ambos estão situados na Bacia do Jaguaribe.
A situação se repete na maior parte dos reservatórios cearenses, que contam com recarga hídrica abaixo de 30%.
Segundo o último balanço da Cogerh, o Estado possui volume de 15,80% do total, o que significa que as chuvas estão concentradas. Para que os açudes maiores recebam recarga, é preciso que ocorram chuvas elevadas e próximas ao longo da quadra chuvosa (fevereiro a março).
Com isso, a água escorre dos riachos e rios até chegar aos pequenos e médios reservatórios e, posteriormente, seguir para os grandes açudes.
Com informações G1