Uma mulher da Bahia deu à luz gêmeas siamesas no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Segundo o médico Zacharias Calil, especialista nestes casos, as meninas são unidas pelo tórax e compartilham o coração.
“Uma tem um coração com tamanho normal, e outra com coração menor. Uma mantém a outra por meio de uma veia que comunica os dois corações. Os coração são juntos, colados, músculo com músculo, o que torna impossível a separação”, disse o médico.
O parto aconteceu na quinta-feira (26). As gêmeas nasceram com 34 semanas de gestação. Juntas, as irmãs pesaram 3.044 kg.
Boletim médico divulgado neste sábado (28) informa que as meninas estão internadas em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HMI. A mãe delas, de 34 anos, pediu para não ser identificada, mas passa bem e segue internada em um leito de enfermaria da unidade.
Caso grave
Dois dias antes do parto, a mãe foi encaminhada de Salvador para Goiânia devido à complexidade do caso. “Foi examinada pela equipe de obstetrícia, foi feito um ecocardiograma e sabíamos que se tratava de uma patologia complexa no coração. Elas nasceram melhor do que a gente esperava, pela gravidade do caso, foram para a UTI e estão entubadas”, detalhou o médico.
Calil afirmou que não há possibilidade de ocorrer uma cirurgia de separação. Por isto, as gêmeas devem ser transferidas para a Bahia.
“Elas estão estáveis e vamos transferi-las para Salvador para que deem continuidade ao tratamento clínico. Eles estão esperando o retorno do pessoal de Salvador porque precisa de uma UTI aérea e um médico acompanhando”, informou.
Unidade de referência
Desde 2000, já foram registrados 41 casos de siameses no hospital, que atende pelo Sistema Único de Saúde. Pacientes de todo o país já passaram pela unidade.
O último caso foi das gêmeas Laura e Laís. Elas nasceram no dia 15 de agosto, na Bahia, e, no dia seguinte, foram transferidas para Goiânia.
As irmãs compartilham fígado, bexiga e intestino. Elas já receberam alta, mas continuam na capital goiana para acompanhamento médico.
Com informações G1