Os brasileiros avaliam positivamente o presidente Jair Bolsonaro, mas são contrários a duas das principais plataformas da atual gestão federal: a reforma da Previdência e a flexibilização das regras que permitem a posse de armas.
A aprovação do “desempenho pessoal” de Bolsonaro, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, é de 57,5%, 2,5 pontos percentuais acima dos 55% dos votos que obteve no segundo turno das eleições presidenciais de outubro passado. Já 28,2% dos entrevistados desaprovam sua atuação, enquanto 14,3% “não souberam ou não quiseram opinar”, segundo a pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com o Instituto MDA, divulgada nesta terça-feira. Este levantamento foi realizado entre os dias 21 e 23 de fevereiro, com 2.022 pessoas, e tem uma margem de erro de 2,2%.
Se a avaliação pessoal do presidente está em alta, o mesmo não ocorre com a sua administração, que em menos de dois meses se viu sacudida por uma crise e várias polêmicas. Para 38,9% dos entrevistados, ela é positiva, enquanto para 29%, é regular. Já 19% das pessoas que responderam ao levantamento preferiram não se posicionar.
Outro dado apontado é que para 56,8% dos entrevistados, os filhos do ex-capitão, que estiveram envolvidos em várias das polêmicas neste início de mandato presidencial, “estão interferindo nas decisões do pai na Presidência da República”. Para 29,3%, não existe esta participação, enquanto 13,9% não se manifestaram.
Durante a campanha presidencial, Bolsonaro fez um duro discurso de combate à corrupção e violência e prometeu um choque de gestão para resgatar a economia.
Entre as propostas apresentadas até o momento sobre estes temas, apenas o projeto de lei anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem ampla aprovação: 62%, contra 18,8%.
O decreto presidencial que flexibiliza a posse de armas é desaprovado por 52,6% dos entrevistados, contra 42,9% de apoio.
Já o projeto de reforma da previdência, apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, tem 45,6% reprovação e 43,4% de oposição, um empate técnico.
A intenção do governo, entre outras medidas, é estabelecer uma idade mínima de aposentadoria de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens e determinar que aqueles que quiserem se aposentar com o valor integral do benefício deverão contribuir durante 40 anos. Pela legislação atual, os brasileiros se aposentam principalmente por tempo de contribuição (30 anos para as mulheres e 35 para os homens).