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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Se eleito, Haddad diz que meta é gerar 8 milhões de empregos caso Congresso aprove reformas

Candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad disse em entrevista exclusiva ao blog do jornalista Leonardo Sakamoto do Portal Uol Notícias, nesse domingo, 14, que sua meta é gerar 8 milhões de empregos em quatro anos de mandato, se eleito. O objetivo é gerar 2 milhões de postos de trabalho por ano.

De acordo com o IBGE, o país conta com 12,7 milhões de pessoas desocupadas. Para chegar a esse montante, segundo ele, será necessário que o Congresso Nacional aprove seus projetos de mudança legislativa – uma Reforma Bancária, para reduzir os juros aos empresários, uma Reforma Tributária, para aumentar o poder de compra dos consumidores, e reverter a Emenda do Teto dos Gastos, que congelou novos investimentos do governo federal.

Um caminho difícil, considerando que, se conseguir vencer Jair Bolsonaro, terá um Congresso hostil pela frente. Sobre o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, Haddad afirmou que não compactua com ”nenhum regime autoritário de direita e de esquerda” e que ”a falta de liberdade é o caminho para o inferno”.

O aumento nas críticas vem alinhado com uma tentativa de criar uma ”frente democrática” contra Bolsonaro. Afirmou que deve procurar Ciro Gomes, assim que ele retornar ao Brasil, além de estar conversando com outras lideranças e personalidades, como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e o filósofo e educador Mario Sérgio Cortella.

Haddad disse também que seu governo irá além do PT: ”Nós não podemos ter, hoje, o projeto de um partido, ou de uma cabeça só”. Haddad disse que seu adversário tem responsabilidade na violência eleitoral, que deixou um morto e vários feridos pelo país. ”O que ele diz, o que ele fala e a maneira que se comporta faz diferença, no caso de uma pessoa que é referência na sociedade”, explica.

”Quando diz ‘vamos metralhar petistas’, ele está sinalizando o que pensa da violência. Quando diz que a ditadura errou ao só torturar as pessoas e não matar, que deveria ter matado 30 mil pessoas, sinaliza que considera a violência um instrumento legítimo de solução de conflitos.”

O presidenciável do PT criticou duramente as acusações de que teria distribuído um ”kit gay” às escolas para influenciar na orientação sexual das crianças. ”É um desrespeito com o magistério brasileiro. Você que algum profissional da educação iria compactuar com uma loucura dessa? Só na cabeça de uma pessoa desequilibrada pode passar a ideia de que a escola pública se subordinaria a um projeto absurdo como o que ele descreve.” E acusou o adversário de tentar transformar a Igreja Universal do Reino de Deus na religião oficial do Estado brasileiro.

Haddad disse que vai colocar a Polícia Federal para combater o crime organizado nacionalmente. ”Nós temos que botar na cadeia os criminosos que colocam em risco a vida e o patrimônio das pessoas.” E criticou a proposta de Bolsonaro de facilitar o acesso às armas: ”Você vai ter muita morte no trânsito, a tiros, vai ter muita morte entre vizinhos, a tiros, vai ter muita morte dentro de casa. O sujeito perde a paciência, tem uma arma na mão, e comete muitas vezes um homicídio.”

Solicitamos uma entrevista com o candidato Jair Bolsonaro (PSL), primeiro colocado nas pesquisas, mas ainda não obtivemos resposta.

Fonte: Uol Notícias