Pela segunda vez no ano, o Ceará sofreu uma onda de ataques, ações represálias de facções criminosas. De fevereiro a julho deste ano, mais de 200 veículos e pelo menos 20 prédios públicos ou privados foram atacados. Além de 29 ônibus queimados, total ou parcialmente, prédios da Prefeitura de Fortaleza e do Governo do Estado, delegacias e agências bancárias foram atacados a tiros ou atingidos com materiais explosivos, incluindo uma granada.
Segundo a Associação Nacional de Empresas de Transportes (NTU), Fortaleza é a segunda cidade do país em número de ônibus destruídos em incêndios em 2018. Foram 18 na cidade e 178 no país.
Nas duas sequências de ataques do ano, o modo de atuação foi semelhante, e o estopim foram as mortes de criminosos ligados a facções. Especialistas afirmam que a situação se agravou em 2015 com uma reconfiguração dos quatro grupos que atuam no estado. O Ministério Público disse, em nota, que acompanha os casos. A secretaria da Segurança efetuou nove prisões em julho. O órgão não se posicionou sobre o andamento dos inquéritos de ataques anteriores.
Cinco dias de ataques em julho
Os casos mais recentes iniciaram na sexta-feira (27), com um incêndio no depósito do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran), no Bairro Passaré. No local, 150 motocicletas foram destruídas pelo fogo. No mesmo dia, 10 ônibus foram incendiados em Fortaleza e mais sete prédios públicos atacados. Nove pessoas foram presas.
O secretário da Segurança, André Costa, afirmou que os ataques são represália de uma facção criminosa pela morte de três bandidos que trocaram tiros com policiais em Amontada.
Fonte: G1