Um homem foi morto a tiros dentro de uma ambulância na porta do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, bairro da zona oeste do Rio, no fim da noite do último sábado (3).
De acordo com a Polícia Militar, o homem estava sendo transportado de outra unidade, onde havia feito exames. Segundo o motorista da ambulância, ao se aproximar do hospital, o veículo foi interceptado por quatro homens que portavam fuzis.
Os homens deram ordens para que o motorista descesse da ambulância, entraram e atiraram contra o paciente.
Policiais militares do 14º Batalhão (Bangu) foram acionados e a Delegacia de Homicídios, onde foi registrada a ocorrência, foi ao local.
O Rio vive descontrole na área de segurança pública. Em 2017, 6.731 pessoas foram mortas de forma violenta no Estado, uma média de 18 por dia. O número representa um retrocesso de anos.
Desde 2009 não é tão alta a taxa de crimes com morte violenta homicídio intencional, roubo seguido de morte, lesão corporal seguida de morte e homicídio após oposição à intervenção policial.
No mesmo período, 134 policiais militares foram mortos na onda de violência.
O ano de 2018 segue no mesmo ritmo. Desde sexta-feira (2), ao menos sete pessoas morreram e outras nove foram baleadas na cidade do Rio de Janeiro e na região metropolitana, segundo o aplicativo Onde Tem Tiroteio, que contabiliza registros de tiroteios e disparos de arma de fogo.
Com salários atrasados e falta de dinheiro para manutenção de veículos e equipamentos para a polícia, o Rio tem sofrido com o crescimento dos índices de violência.
A crise também enfraqueceu o projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que estão passando por modificações, abrindo espaço para novas guerras entre facções de bandidos.
Mas especialistas em segurança pública dizem que não é de hoje a tendência de agravamento da situação e apontam um conjunto de fatores para essa deterioração.
Para Ignacio Cano, do Laboratório da Análise de Violência, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), políticas bem-sucedidas dos anos iniciais da gestão de José Mariano Beltrame (2007-2016) na segurança pública foram reproduzidas sem avaliações e correções de rumo.
Fonte: Folha de São Paulo