Agentes de endemia de Fortaleza, que atuam na eliminação de focos do mosquito da dengue e prevenção de doenças, estão sendo impedidos de trabalhar em bairros da capital cearense onde há forte atuação de facções criminosas, segundo denúncia do Sindicato dos Servidores de Fortaleza.
Conforme Anderson Ribeiro, diretor do sindicato, além dos riscos que correm os profissionais, a situação é preocupante por causa do início do período chuvoso, quando há mais formação de focos do mosquito Aedes aegypt. Em 2017, o Ceará teve mais de 66% dos casos de chikungunya – doença causada pelo inseto – de todo o Brasil.
Segundo Ribeiro, as áreas onde os agentes são ameaçados e impedidos de entrar incluem os bairros Edson Queiroz, Bom Jardim, Jangurussu e Cajazeiras; neste último ocorreu no sábado passado (27) a maior chacina do Ceará, com 14 mortes. Segundo testemunhas, membros de uma facção criminosa invadiram uma festa no clube Forró do Gago e atiraram em diversas pessoas.
"Infelizmente não há segurança para a atuação dos agentes de endemia hoje em Fortaleza. Há locais onde os servidores são ameaçados de morte; impossível trabalhar nessa condição", diz Anderson Ribeiro.
"Além das ameaças e assaltos individuais, também estão ocorrendo arrastões contra servidores e pacientes dos postos de saúde onde as categorias trabalham", completa.
O Sindicato dos Servidores de Fortaleza acionou o Ministério Público do Estado do Ceará para cobrar, por meio de ordem judicial ou acordo com a Prefeitura de Fortaleza, segurança para os agentes durante o trabalho em bairros onde há presença do crime organizado.