Os dois homens que atearam fogo e espancaram o indígena Maurício Alves Feitosa, de 45 anos de idade, permaneciam foragidos até o fim da noite de ontem. O índio foi espancado e teve parte do corpo queimada por dois suspeitos, enquanto dormia na madrugada de ontem em uma vacaria na comunidade Pitaguary, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O caso é investigado pela Polícia Federal.
Durante a tarde de ontem, agentes da PF estiveram na comunidade realizando as primeiras diligências acerca da tentativa de homicídio. Integrantes da aldeia acreditam que o atentado contra Feitosa aconteceu devido a uma disputa pela liderança da comunidade indígena.
Maria da Conceição Alves Feitosa, irmã da vítima, conta que o ataque seria direcionado contra a sua família. Conceição é, atualmente, uma das líderes da aldeia. Em entrevista concedida à TV Diário, a mulher ressaltou que seu irmão não costuma militar em causas da comunidade. A diligência foi coordenada pela delegada plantonista da PF, Carla Sampaio. Ela optou por não conceder entrevistas.
Crime
O técnico de enfermagem Fernando José de Moura Neto ajudou no socorro da vítima. Conforme Neto, por volta de 2h30, o índio Pitaguary teria ouvido homens se aproximando e sentido o cheiro de gasolina. Ao tentar ver do que se tratava, foi agredido com chutes na cabeça.
Maurício Alves Feitosa segue internado no Instituto Dr. José Frota (IJF) com queimaduras de 3º grau nos braços e pernas. A assessoria do hospital ressaltou que os atendimentos continuam, e que mais informações sobre seu estado de saúde não poderiam ser reveladas.
Segundo representantes da aldeia, Feitosa vinha dormindo na vacaria de propriedade da família há cerca de uma semana e cumpria funções do pai, que recentemente se submeteu a uma cirurgia. O caso segue sendo investigado pela Polícia Federal devido aos assuntos envolvendo populações indígenas serem exclusivos da União.
Fonte: Diário do Nordeste