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sábado, 29 de julho de 2017

Polícia desarticula grupo de golpistas e interrompe trajetória de estelionato pelo Nordeste

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) interrompeu a trajetória criminosa de três golpistas que percorriam estados nordestinos em busca de vítimas. Equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) frustraram os planos dos infratores após receberem informações sobre a localização de um grupo interestadual de estelionatários, que estava em território cearense. A ofensiva policial, que resultou na desarticulação do bando, foi efetuada nessa quinta-feira (26) na Região Metropolitana de Fortaleza.

Uma casa situada na Rua Joaquim Pedro, no bairro Diadema, no município de Horizonte, foi indicada em uma denúncia como sendo o esconderijo dos suspeitos. Então, os agentes de segurança iniciaram as investigações e desenvolveram um trabalho ofensivo que resultou nas prisões do maranhense João dos Santos Prata (40), sem passagens pela Polícia do Ceará; e os cearenses  Ítalo Ferreira da Silva (34), que responde a sete procedimentos por delitos como roubo, homicídio, crime de trânsito e contra a administração pública; e Sinelia dos Santos Prata (47), com antecedentes por estelionato, crime contra a administração pública e roubo. Eles são apontados como integrantes de um bando especialista em aplicar golpes contra clientes de agências bancárias nos estados do Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. 

Ítalo e João foram interceptados em frente à residência, dentro de um carro. Outros dois homens, que estavam em outro veículo, próximo a eles, também foram abordados. Nos carros, os policiais encontraram diversos cartões bancários, folhas de cheques em branco e envelopes para depósito bancário. Já dentro da casa, a Polícia capturou Sinelia, que estava na companhia de outra mulher. Mais cheques em branco e cartões em nome de terceiros foram localizados no imóvel. No momento da abordagem, os três presos confessaram o esquema criminoso.

Golpe do Baludo – A falsa recompensa

O que parecia ser a recompensa por um ato de honestidade, era, na verdade, a armadilha montada para tomar dinheiro das vítimas. O “golpe do baludo”, como é conhecido esse tipo de ação, era a principal estratégia dos criminosos para subtrair valores que as pessoas retiravam de agências bancárias. Em depoimento, Sinelia confessou o esquema e qual seria sua participação nele. Tudo era planejado para atrair pessoas que efetuavam saques de valores mais altos. 

Enquanto um dos comparsas tinha a função de observar quem retirava quantias consideráveis, um esquema ardiloso era colocado em prática do lado de fora da instituição financeira. O mesmo criminoso que observava a vítima sair com o dinheiro, deixava cair, propositalmente, um cheque ou dinheiro de alto valor. Quando a vítima apanhava o bem e o devolvia ao golpista, Sinelia disse aos policiais que entrava em ação para “elogiar” a pessoa pelo seu ato de honestidade. Então, sem perceber, a vítima era envolvida na teia criminosa. A ela era oferecida uma “recompensa” pela ação, com a promessa de ser entregue em outro lugar. A estratégia dos estelionatários era aguardar um deslize da pessoa, um momento de falta de atenção para, então, furtar a bolsa com o dinheiro retirado do banco. Outra maneira que eles encontravam para enganar era ludibriar os clientes nas filas que se formam dentro dos bancos, trocando cartões de crédito das vítimas por falsos, sem que elas percebessem. 

Os presos foram reconhecidos pelas ocorrências. Em um dos casos, cometido em junho, de uma só vítima eles tomaram R$ 1,5 mil em dinheiro e mais de R$ 31 mil pelo cartão. João, Ítalo e Sinelia foram encaminhados à sede da Draco e autuados em flagrante por organização criminosa e estelionato e poderão ser indiciados ainda por furto e lavagem de dinheiro. Com eles, a Polícia apreendeu, ao todo, 28 cartões, vários talões de cheque, celulares e os dois carros (Corolla de placas NUP 9142 e Golf NNG 8695), entre outros materiais.

Fonte: SSPDS