Um homem que tem 24 esposas e mais de 145 filhos foi condenado por poligamia.
Winston Blackmore, de 61 anos, foi condenado em uma decisão da British Columbia Supreme Court, no Canadá.
Ele foi considerado culpado de poligamia, juntamente com seu cunhado, James Oler, que tem cinco esposas.
A dupla passará até 5 anos na prisão, segundo a lei canadense contra a poligamia, que foi criada há 127 anos.
Ambos são ex-bispos de uma seita mórmon separatista, a Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (FLDS, sigla em inglês).
Eles são do povoado de Bountiful, British Columbia, uma comunidade poligâmica de cerca de 1.500 pessoas, fundada em 1946.
A juíza Sheri Ann Donegan ressaltou em sua decisão que Blackmore não negou sua poligamia.
“Sua adesão às práticas e crenças da FLDS não está sendo julgada”, disse ela.
“Ele falou abertamente sobre sua prática da poligamia. O Sr. Blackmore confirmou que todos os seus casamentos eram celestiais, em conformidade com as práticas e regras da FLDS”.
Magistrados do Ministério Público tentam formular uma acusação contra Blackmore e Oler há 20 anos, mas sempre recuaram por se preocuparem com o fato de que a proibição da poligamia poderia interferir na liberdade religiosa dos dois.
No entanto, em 2011, o Supremo Tribunal decidiu que as consequências da poligamia justificam a imposição de limites às liberdades religiosas, resultando numa acusação formal, feita em 2014.
Durante o julgamento, o advogado de Blackmore, Blair Suffredine, disse que desafiaria as leis do Canadá caso seu cliente fosse considerado culpado.
Blackmore se casou com 24 mulheres ao longo de 25 anos, e uma de suas esposas forneceu provas durante o julgamento, que aconteceu esse ano, e durou 12 dias.
Jane Blackmore, que deixou a comunidade em 2003, disse ao tribunal que ele disse à ela que “apenas estava fazendo o que Deus pediu que ele fizesse” tendo várias esposas.
“Ela foi uma testemunha cuidadosa”, disse Donegan. “Suas respostas não foram planejadas ou ensaiadas. Ela foi imparcial”.
De acordo com documentos judiciais, Blackmore foi acusado de estar “em união conjugal com 24 mulheres entre 1990 e 2014”.
Após o veredito, Blackmore disse que estava vivendo sua religião e isso era importante para ele e sua família.
A seita fica numa região remota e montanhosa de British Columbia, e seus seguidores cultivam ou caçam seu próprio alimento, além de ter uma economia baseada em trocas.
Ela faz parte do grupo liderado pelo polígamo americano Warren Jeffs, que supostamente controla a seita de uma prisão no Texas, onde cumpre prisão perpétua por abusar sexualmente de menores de idade com as quais ele noivou”.
O ramo principal da igreja mórmon abandonou a poligamia no final do século XIX.
Fonte: Yahoo Notícias