Termina hoje, o prazo para a vacinação contra a febre aftosa em 22 estados e Distrito Federal. Iniciada em 1º de maio, a meta estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é vacinar 90% do rebanho do País, um total de 217,5 milhões de cabeças, o que representa 198 milhões de animais. No Ceará, o índice de vacinação está em 52% e deve chegar até o fim do dia a 60%, segundo o gerente de sanidade animal da Agência de Defesa Agropecuária (Adagri) e coordenador da campanha, Joaquim Sampaio.
Conforme ele, apesar de distante da meta, o número "está dentro da média histórica" para o último dia do prazo. A diferença de quase 30% no índice para atingir a meta de imunização pode ser explicada devido à morosidade com que os criadores declaram a vacinação. "Historicamente os criadores deixam para última hora. E aqueles que comprarem a vacina até hoje têm mais 15 dias para declarar a quantidade do rebanho imunizado. Portanto, o quadro está dentro da normalidade e o Ceará deve atingir a meta", explica.
Joaquim ressalta, no entanto, que o prazo não será prorrogado. "Não há essa possibilidade". Os pecuaristas que não cumprirem o prazo estarão passíveis de multa de R$ 17 a R$ 34 por animal não vacinado ou declarado, além de ficarem impedidos de tirarem a Guia de Trânsito Animal (GTA). Além da Adagri, os criadores podem declarar a vacinação na Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce) e em prefeituras conveniadas.
Zona Livre
Em 2013, o Ceará foi reconhecido, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como zona livre internacional de febre aftosa. Entretanto, mesmo com a certificação, os produtores continuam obrigados a vacinar os animais duas vezes por ano. "É importante pontuar a relevância de cumprirmos as metas, como vem ocorrendo em edições anteriores. Se assim permanecer, poderemos, em alguns anos, alcançar a zona livre da doença sem vacinação", completa Joaquim.
Para a próxima campanha, ele conta que a novidade será a vacinação da segunda etapa, em novembro, restrita apenas para animais com até 24 meses de vida. Em maio, complementa Joaquim, "segue a imunização para todo o rebanho".
Suspensão
O plano do Mapa é suspender a vacinação contra a febre aftosa no País nos próximos anos. A imunização deve ser suspensa de forma gradativa, a partir de maio de 2019, a começar por Acre e Rondônia. Hoje, o único Estado livre da enfermidade sem a vacinação é Santa Catarina. Em contrapartida, os Estados do Amapá, Roraima e parte do Amazonas ainda não são reconhecidos livres da doença com vacinação. Joaquim lembra que os países estabelecem resistentes bloqueios à entrada de animais vulneráveis e seus produtos provenientes de regiões com ocorrência da doença. Tais bloqueios acarretam efeitos negativos sobre a pecuária.
A febre aftosa é uma doença viral de alto contágio e pode ser transmitida por meio de contato direto com o animal, ou por alimentos, água e veículos onde são transportados. Ela causa febre e aftas na boca e pés dos animais. A prevenção ocorre por meio de vacina, aplicada duas vezes por ano. Bovinos e bubalinos a partir de um ano devem receber a dose de 5ml que custa, em média, R$ 1,50.
Fonte: Diário do Nordeste