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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Detentos de penitenciárias do Ceará são aprovados em Engenharia, Química e Ciências Sociais

Aqueles que sonham com o ensino superior dentro dos muros do sistema prisional têm a oportunidade de realizar o desejo através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem PPL).
Quatro internos que realizaram o exame em 2016 conseguiram vagas nos cursos de Engenharia de Agricultura, Engenharia de Telecomunicações, Química e Ciências Sociais, por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
Os quatro privados de liberdade se encontram na Cadeia Pública, Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes (IPGSG), Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III) e Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis).
Para o interno do Cepis Paulo Roberto, que foi aprovado no curso de Química da UFC (Universidade Federal do Ceará), o curso superior é uma chance de recomeçar e pode trazer novas possibilidades. “Já tinha iniciado um curso há uns dez anos e não tinha terminado por falta de dinheiro. Agora eu posso começar de novo e tentar uma oportunidade lá fora. E fazendo faculdade facilita muito“, acredita Paulo.
A Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) inscreveu 1.282 internos no Enem PPL em 2016. Além das quatro vagas para ensino superior, 34 internos conseguiram pontuação necessária para o certificado de Ensino Médio. Deste total, 24 são da Região Metropolitana e 10 de cadeia públicas do interior do Estado.
A preparação para o Enem PPL foi realizada com aulas diárias em 54 unidades do sistema penitenciário, além de aulões temáticos realizados às vésperas da prova. Ao todo, são 154 turmas.
De acordo com Rodrigo Morais, assessor educacional da Sejus, esses números podem crescer ao longo desta semana. “Teremos a segunda chamada do Sisu, inscrições para o Programa Universidade para Todos, e o Sisu específico para Educação Profissional e Tecnológica”, lembra Rodrigo.
Socorro França, titular da Sejus, acredita que a educação é um dos caminhos que precisam ser fortalecidos quando se fala na ressocialização dos internos do sistema prisional. “Nosso desejo é manter esse número em uma trajetória crescente. Com mais internos ocupados e trilhando um novo caminho para quando saírem da prisão”, enfatiza.
Os internos que foram aprovados no Sisu e em outros programas de inclusão no ensino superior só poderão frequentar os cursos escolhidos com uma autorização judicial.
Fonte: Tribuna do Ceará