Páginas

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Ceará registra média de um estupro a cada seis horas, diz estudo

O Ceará registrou em 2015 1.580 estupros, o décimo maior número desse tipo de crime entre os estados e Distrito Federal. De acordo com dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3), o Ceará teve uma média de um estupro a cada seis horas.
O número fica um pouco abaixo em relação à edição anterior do anuário. Na publicação de 2015, com dados referentes a 2014, o Ceará havia registrado 1.621 crimes de estupro.
No Brasil, mais de cinco pessoas foram estupradas por hora e um veículo foi roubado a cada minuto em 2015. No ano passado, o país registrou 45.460 casos de estupro, sendo 24% deles nas capitais e no Distrito Federal.
Considerando somente os boletins de ocorrência registrados, em 2015 uma pessoa foi estuprada a cada 11 minutos e 33 segundos no Brasil, ou seja, 5 casos por hora.
São Paulo foi o estado com maior índice de violência sexual, representando 20,4% dos estupros no país: 9.265 casos.
Os dados de 2015 apresentam uma redução de 761 casos (7,6%) em relação a 2014, quando foram registrados 10.026 estupros no estado.
Subnotificação
Apesar de o número representar uma retração de 4.978 casos registrados no país em relação ao ano anterior, ou queda de 9,9%, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que não é possível afirmar que realmente houve uma redução do número de estupros no Brasil, já que a subnotificação deste tipo de crime é extremamente elevada.

O FBSP estima que ocorreram entre 129,9 mil e 454,6 mil estupros no Brasil em 2015. A projeção mais “otimista” se baseia em estudos internacionais, como o “National Crime Victimization Survey (NCVS)”, que apontam que apenas 35% das vítimas desse tipo de crime costumam prestar queixas.
A pior previsão, e provavelmente mais próxima da realidade, se apoia no estudo “Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde”, do Ipea, e aponta que, no Brasil, apenas 10% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia.
Fonte: G1