A mãe de uma adolescente de 14 anos e dois idosos de 64 e 84 anos foram presos por exploração sexual e estupro de vulnerável nesta quarta-feira (24), em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, a mãe obrigava a filha a se prostituir em troca de dinheiro e presentes dados pelos idosos há aproximadamente dois anos.
A exploração sexual começou a ser investigada a partir de uma denúncia da própria adolescente ao Conselho Tutelar da cidade, no dia 3 deste mês, conforme a polícia. Ela fugiu de casa e se abrigou na casa de amigos, que a levaram para fazer a denúncia. Ao Conselho Tutelar, a menina alegou que estava sofrendo ameaças por parte da mãe por não querer mais se prostituir.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Adil Pinheiro de Paula, desde os 12 anos de idade a adolescente era submetida a encontros sexuais com um fazendeiro, de 64 anos, e com um empresário e dono de um cartório de São José do Rio Claro, a 325 km de Cuiabá, de 84.
Os encontros com o fazendeiro ocorriam semanalmente em um motel, em Campo Novo do Parecis. A mãe levava a adolescente até o estabelecimento. Os três entravam no local, mas a mulher aguardava no carro, enquanto a filha estava no quarto com o homem.
Ainda segundo o delegado, o esquema com o empresário de São José do Rio Claro era mais elaborado. “Ficou constatado que ele enviava dinheiro para a mãe levar a menina de ônibus a Cuiabá, onde os três se hospedavam em um hotel como marido, mulher e enteada, mas nunca entravam ou saíam juntos do local”, contou.
Além do dinheiro recebido pela mãe a cada encontro, imagens utilizadas na investigação identificaram que elas faziam compras utilizando o cartão de crédito do empresário em shoppings da capital. O suspeito também presenteou a mãe com uma motocicleta zero quilômetro e pagou uma festa de aniversário para a menina no valor de R$ 24 mi, de acordo com o delegado.
“De acordo com as investigações, a mulher parou de trabalhar e vivia exclusivamente da exploração da filha”, disse o delegado.
Ao ser interrogada, a mãe assumiu que recebia dinheiro e presentes, mas negou que ocorressem os abusos sexuais.
Ela está detida na delegacia de Campo Novo do Parecis e os dois homens estão presos na cadeia pública da cidade. De acordo com a Polícia Civil, há provas de que outras meninas também frequentavam a casa do empresário, em São José do Rio Claro
A menina foi encaminhada pelo Conselho Tutelar para tratamento psicológico e está sob os cuidados de um familiar próximo, em outra cidade.
Fonte: G1