O irmão de Marcos Willians Herbas Camacho, o ´Marcola´, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que havia sido preso pela Polícia Federal (PF), em março deste ano, no bairro Sapiranga, em Fortaleza, teve o pedido de liberdade negado pela 2º Vara Federal de Araçatuba, em São Paulo. Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior ficou detido na capital cearense e foi transferido para o Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau (a 620Km a oeste de São Paulo), em abril.
Alejandro foi capturado no dia 29 de março deste ano no bairro Sapiranga, onde morava com a família, durante ´Operação Quinta Roda´, comandada pelo Núcleo da PF, em Araçatuba, São Paulo. Os federais cumpriram 28 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará.
A ação teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa responsável por adquirir drogas no exterior e introduzir no Brasil. O irmão de ´Marcola´ era apontado nas investigações como responsável pelas negociações com traficantes internacionais de entorpecentes no Paraguai e Bolívia.
A defesa de Alejandro ingressou com pedido de liberdade junto ao Juízo da 2ª Vara Federal de Araçatuba alegando que não existem indícios de que o irmão do número 1 do PCC no Brasil tenha praticados atos ilícitos. Os advogados sustentaram ainda não ter sido comprovado que Alejandro seja a pessoa que aparece em conversas gravadas nas interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Outra alegação de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior para conseguir a liberdade provisória é que, "apesar de ser irmão de criação de suposto líder da facção criminosa PCC, tal fato não o implica necessariamente como membro do grupo, não tendo sido denunciado, tampouco investigado, em apuração anterior sobre os atos da organização supra". Defenderam ainda que Alejandro possui residência fixa, família constituída e promessa de trabalho lícito.
Com esses argumentos, a defesa solicitou a revogação da prisão do réu ou aplicação de medidas cautelares. O Ministério Público Federal (MPF) emitiu parecer contrário à soltura.
Ao analisar o caso, o Juízo da 2ª Vara da Justiça Federal negou o pedido ao afirmar não existir nenhum alteração da situação anterior que culminou com a decretação da prisão do réu. Na decisão, publicada no último dia 16, o magistrado ressaltou a existem de indícios do envolvimento de Alejandro com outros membros do grupo criminoso, segundo relatório do inquérito concluído pela Polícia Federal.
Vida tranquila
Antes de ser capturado na capital cearense acusado de comandar um esquema internacional de tráfico de drogas, Alejandro Herbas vivia sem levantar suspeitas, em uma casa de luxo no bairro Sapiranga.
Fonte: Diário do Nordeste