Segundo dados da pasta, neste ano já foram registrados 1.634 acidentes em todo o Ceará, com três óbitos computados, um por serpente e dois por aranha. Desse número, em 72% dos acidentes (1.170) o animal agressor foi o escorpião, seguido da serpente, com 18% (300), abelha 4% (61), aranha 3% (47) e a lagarta 0,4% (7). Enquanto isso, desde 2007, de acordo com dados do mesmo balanço, divulgado em junho de 2016, foram notificados 28.402 acidentes por animais peçonhentos. A maioria deles, 88,5%, estão relacionados a escorpiões e serpentes. No total, foram 56 óbitos durante esse período.
"Os acidentes que mais acontecem no Estado acabam envolvendo escorpiões e serpentes. Com os escorpiões, a maioria deles acontece nas zonas urbanas e acomete mais as mulheres", explica a supervisora do Núcleo de Controle de Vetores da Sesa, Roberta de Paula. Em contraponto, na zona rural, ela afirma que os registros são, em sua maioria, relacionados às serpentes. Segundo ela, pode-se tomar alguns cuidados para evitar o contato com esse tipo de animal. "Alguns dos cuidados são manter a casa limpa, bater as roupas pra ver se não há nenhum animal escondido, cuidado com madeiras e tijolos que ficam acumulados em quintais, por exemplo. Na zona rural, é manter a atenção nas áreas de mata também", reforça.
Soro
Mesmo com os cuidados, ainda é possível que os casos de acidentes ocorram. Para isso, o aviso é para que a pessoa procure sempre uma unidade de saúde. Ainda de acordo com Roberta de Paula, uma foto ou a presença do próprio animal envolvido pode ajudar a diagnosticar a gravidade do acidente. "É necessária uma avaliação da lesão. Nem todas precisam de soro, mas todas precisam de cuidados", reitera.
Recentemente, para os meses de junho e julho deste ano, o Ministério da Saúde divulgou nota informativa relatando atraso no repasse de soros antiveneno para todos as secretarias de Saúde de todo o País. Atualmente, os soros são fornecidos pelos laboratórios oficiais brasileiros: Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil (IVB), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI).
Atraso
O problema teria ocorrido por conta do atraso na assinatura do Contrato em 2016 pelo Instituto Butantan e pela reprogramação dos cronogramas de entrega dos soros pelos outros laboratórios.
As justificativas, diz o Ministério, seriam greve, furto de animais, problemas no abastecimento de matérias-primas e problemas na produção. Já a Sesa afirma que na manhã dessa terça-feira (05) chegaram 50 unidades de soro ao Ceará, número ainda insuficiente para atender à população nesse período de aumento no número de casos. Exatamente por isso, a Pasta relembra dos cuidados a serem tomados.
Fonte: Diário do Nordeste
