A instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim, em Natal, provocou uma série de atentados à ônibus nos último dois dias na capital do Rio Grande do Norte. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), pelo menos 31 veículos, incluindo carros e ônibus, foram alvos de ataques desde o início da tarde de sexta-feira (29), no total já foram 37 ataques.
Assim como aconteceu em Fortaleza nos últimos meses, os ataques partiram de dentro dos presídios onde o crime organizado determina como os comparsas, que estão livres, devem agir nas ruas. Mas, a comparação entre as atitudes dos dois governos mostra que o avanço no Ceará está muito aquém do que a população espera.
Em março os deputados cearenses aprovaram um projeto do governador Camilo Santana que proíbe as empresas de concederem o sinal nesses locais. E exatamente quatro meses após a aprovação, a medida não foi regulamentada em decreto e todos os presídios cearenses continuam com sinal de celular. A justificativa de representantes do governo é que a obrigação agora é das operadoras de telefonia móvel.
Segundo o secretário das Relações Institucionais do Governo do Ceará, Nelson Martins, o projeto obriga que as operadoras coloquem os bloqueadores e a multa por descumprimento é de R$ 10 mil por dia.
Governador do RN dá lição em Camilo
Mas, as coincidências entre os dois Estados da região Nordeste param por ai. Ao contrário de Camilo Santana, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, determinou a instalação do primeiro equipamento no Presídio Estadual de Parnamirim e disse que a polícia tem toda a liberdade de atuar para garantir a segurança da população.
Além disso, ressaltou que todos os presídios receberão bloqueadores de celulares. "O que não vamos aceitar é que o Estado seja emparedado pelos presos. É a hora de enfrentar, buscar a solução definitiva. A população pode ficar tranquila porque nós vamos vencer. O que tomamos até agora foram medidas necessárias para conter esse avanço da violência. Não há o que temer", concluiu Robinson.
Fonte: Ceará News 7