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terça-feira, 7 de junho de 2016

Voto de Tia Eron será decisivo para futuro de Cunha

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pode votar hoje o processo de cassação do presidente afastado da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A expectativa do dia, apesar da possibilidade de adiamento por manobras de aliados do peemedebista, é o voto da deputada Tia Eron (PRB-BA). A decisão da parlamentar pode definir a vitória ou derrota de Cunha na comissão.
No caso de se posicionar a favor do parecer que pede a condenação do presidente, haverá um empate de dez votos para cada lado, com desempate do presidente da comissão, José Carlos de Araújo (PSD). Integrante titular do conselho, o deputado Zé Geraldo (PT) falou ao O POVO que espera pelo voto de deputada pela cassação de Cunha.
“Estive conversando com ela nos últimos dias e fiz uma avaliação que não tem mais volta para o Cunha”, disse. O petista aposta na pressão da imprensa e do PRB para que o voto seja favorável pela perda do mandato do peemedebista. Ainda de acordo com Zé, há a possibilidade de adiamento da votação. “Eles vão tentar obstruir”, prevê.
De acordo com a assessoria de Tia Eron, a parlamentar passou o dia de ontem reunida com aliados políticos. Ela não conversou com a imprensa. Só deve se manifestar na votação que deve ocorrer ainda hoje.
Manobra
Na véspera da votação do relatório que defende a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o aliado Arthur Lira (PP-AL) entregou ontem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) parecer que será usado para tentar salvar o mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados.

O documento de Lira é uma resposta a uma consulta formulada pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), também aliado de Cunha, sobre mudanças nas regras de cassação de mandato.
Como esperado por aliados de Cunha, todas as respostas dadas por Lira se aplicam de forma benéfica ao peemedebista.
O parecer de Lira deve ser votado pela CCJ, a principal comissão da Casa, hoje. No mesmo dia, o Conselho de Ética da Câmara vota o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do mandato de Cunha.
A principal acusação é que ele ocultou contas no exterior abastecidas por propina do petrolão. Cunha teria mentido na CPI da Petrobras ao afirmar que não tinha contas no Exterior. (com agências) 
Saiba mais
A consulta feita por Maranhão à CCJ fazia quatro perguntas: 1) Se no caso de o Conselho de Ética decidir aplicar uma punição a um deputado, o plenário da Câmara deve votar um parecer ou um projeto de resolução vindo do Conselho; 2) se são admitidas emendas em plenário; 3) se essas emendas podem prejudicar o acusado; e 4) se no caso de o plenário rejeitar o projeto, é votado a denúncia original que pede a cassação ou ela é automaticamente arquivada.
Tia Eron usou as redes sociais para comemorar a vitória de Cunha na disputa pela Presidência da Câmara. Ela foi indicada para a Comissão de Ética em 13 de abril, no lugar de Fausto Pinato (foi PRB para o PP).
Fonte: O Povo