Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil, grandes empresas do ramo de bebidas, entraram em acordo para encerrar a venda de refrigerantes para crianças, em escolas.
A mudança, que deve começar a valer a partir de agosto, reacende o debate sobre a alimentação nas cantinas de instituições de ensino do País.
Conforme o acordo, indivíduos desta faixa etária (abaixo de 12 anos) ainda não têm maturidade suficiente para tomar decisões de consumo.
O acordo prevê apenas a venda de "água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos".
Avanço
Para a nutricionista e professora do curso de bacharelado em Gastronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC), Adriana Camurça Pontes Siqueira, o acordo entre as empresas representa um avanço para a saúde das crianças, tendo em vista que os refrigerantes não contribuem para melhorar o desenvolvimento infantil.
"O refrigerante não tem nutrientes, só calorias vazias e açúcar, contribuindo muito para a obesidade infantil, que pode promover outras doenças crônico degenerativas, como hipertensão e diabetes", frisa a nutricionista, que recomenda o consumo de alimentos naturais ou minimamente processados.
A especialista acredita que as escolas devem oferecer estes tipos de alimentos, levando em conta a vida agitada da mãe moderna. "As mães não têm muito tempo para planejar a lancheira da criança. Então, o ideal é a escola fornecer esta alimentação para a criança adquirir na própria escola".
A nutricionista cita ainda frutas, iogurtes, pão integral e alimentos regionais, incluindo a tapioca e o bolo de milho, como alimentos recomendados para os pequenos.
Escolas de Fortaleza
O POVO apurou que, desde 2012, as escolas particulares de Fortaleza têm trabalhado para disponibilizar alimentos mais saudáveis aos alunos, a partir de orientações recebidas pelo Ministério da Saúde.
Além da redução na oferta de refrigerantes nas escolas, são realizadas palestras, distribuição de cartilhas e atividades pedagógicas que envolvem alimentação, como o Dia da Fruta.
No entanto, o cuidado com a alimentação das crianças não deve ocorrer apenas na escola, mas também em casa e em lugares de convívio social, como shoppings.
Fonte: O Povo