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quarta-feira, 6 de abril de 2016

CEARÁ: Código de barras identifica origem de explosivos deixados perto da Assembléia Legislativa

O artefato explosivo deixado na rua lateral da Assembleia Legislativa do Estado (AL) teve a origem identificada pelo código de barras. O POVO apurou que as 48 dinamites encontradas junto do estopim e do detonador possuem código e nome do fabricante. A descoberta pode ser um dos primeiros passos para que a Polícia Civil localize de onde e de que forma os explosivos foram adquiridos.
O material estava em um carro estacionado no cruzamento da avenida Desembargador Moreira com a rua Francisco Holanda, no bairro Dionísio Torres. A operação para retirada dos explosivos foi finalizada na madrugada de ontem.
“O nome do fabricante vem expresso na embalagem e o código de barras fica em um lugar diferente. E todos possuíam. Aproximadamente 510 gramas de explosivos foram deixados no 34º DP (Centro), para a realização da perícia”, relatou fonte ouvida pelo O POVO.
O artefato explosivo estava no porta-malas de um automóvel Volkswagen Up de cor prata que tinha sido roubado no último domingo, 3. A vítima do roubo compareceu ao local e disponibilizou uma chave reserva, caso os policiais precisassem abrir o veículo. Conforme o proprietário, o carro foi tomado de assalto por um casal. A dupla será investigada.
Redes sociais
Uma das hipóteses para o caso é que uma quadrilha que planejava um ataque a banco teria deixado o artefato no local.
Nas redes sociais, espalhou-se a versão de que o caso seria uma represália de facções criminosas de dentro dos presídios cearenses, agravada por suposta carta de um grupo que se denomina O Crime no Ceará, publicada por um perfil falso no Facebook, cinco horas antes de o carro ser encontrado. A motivação que a carta cita é o projeto de lei do governador Camilo Santana (PT) que obriga as operadoras de telefonia a bloquearem os sinais dos celulares nos presídios do Estado. O projeto foi aprovado no dia 10 de março, uma semana após o registro de 13 ataques a delegacias e coletivos na Capital e Região Metropolitana.
No último dia 30, a Polícia Federal prendeu o irmão de Marcola, Alejandro Camacho, em Fortaleza, considerado número 2 do Primeiro Comando da Capital (PCC). Marcola é o líder da facção que foi fundada nos presídios de São Paulo.
O titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Raphael Vilarinho, informou que está trabalhando com todas as linhas de investigação, mas diz que, do que se divulgou, a maioria é boato. Ele destaca que a carta espalhada ontem na Internet não foi encontrada no veículo. Segundo Vilarinho, há câmeras de segurança no local e as imagens serão analisadas pela perícia, assim como o material explosivo. 
O automóvel utilizado para armazenar os explosivos já teria passado pela análise dos peritos. As investigações devem ser concluídas 
em 30 dias.
Saiba mais
Pedreira
O POVO apurou que, na última sexta-feira, 1º, houve roubo a uma pedreira em Maracanaú.
Análise
O Exército Brasileiro esteve na base do Gate, ontem, onde recolheu material explosivo utilizado no carro para análise.
Granada
Uma das últimas ações em que foi registrado o uso de artefatos explosivos em Fortaleza foi contra o 27º Distrito Policial. Uma granada foi deixada no local.
Orós
Na última segunda, 4, durante uma ação contra uma agência de Orós, um grupo explodiu o banco. Parte do explosivo foi abandonado.
Chacina
O abandono do carro com o explosivo aconteceu no dia em que o o governador divulgou que, em breve, deve ser divulgada a conclusão da investigação sobre a Chacina da Grande Messejana.
Fonte: O Povo