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quinta-feira, 31 de março de 2016

Ceará registra 15 óbitos e lidera ranking nacional

O Ceará tem 15 óbitos por microcefalia e/ou alteração no sistema nervoso central (SNC) sugestivos de infecção congênita confirmados até o último dia 19 de março. Com esse total, o Estado permanece em primeiro lugar no ranking nacional relativo à morte pela doença. Os dados são do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgados nessa quarta-feira (30). Ao todo, já houve 426 notificações, sendo 73 ocorrências positivas constatadas em 91 municípios. Ou seja, 49,5% do território cearense possui casos da malformação.
Entre os municípios com mortes, Fortaleza soma três (seis ainda sob investigação), seguido por Canindé, com duas, e Crateús, Maracanaú, Morrinhos, Piquet Carneiro, Ipaumirim, Iguatu, Juazeiro do Norte, Russas, Tejuçuoca e Tururu, cada um com um óbito.
Pernambuco, com 1.819 notificações, sendo 268 confirmados e 1.210 ainda em análise, é o Estado com maior número de casos absolutos no País. Desse geral, três óbitos comprovados e 36 ainda em estudo. A Bahia aparece com 960 no total e 190 constatados. Paraíba também está em alerta. Lá, são 842 notificações e 91 casos positivos. O Brasil tem 907 registros positivos para a doença e 198 mortes entre 2015 e 2016, com 46 corroborados por laboratório.
Em relação aos óbitos, além do Estado do Ceará, o Rio Grande do Norte confirma nove mortes e a Paraíba, sete. Sergipe, Piauí, Alagoas e Pernambuco contabilizam três cada um.
Avanço
Sobre o avanço dos casos, o médico infectologista Ivo Castelo Branco, consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a doença, aponta que é necessário um esforço conjunto e contínuo da população e do poder público no combate ao mosquito Aedes aegypti. O problema, indica o especialista, é o mosquito na forma de ovo. "Nós não temos mecanismo eficaz de combate, porque ele pode ser transportado e se esconder e nesse caso, pode-se jogar até veneno em cima que não vai adiantar nada, pois pode passar um ano e se ele for coberto com água em sete dias nasce um mosquito e se a fêmea desse mosquito tiver uma dos três arbovírus - dengue, zika ou chikungunya - ele nasce contaminado e vai contaminar quem pica", alerta.
Outro problema apontado pelo médico é a questão do desabastecimento de água. "No Ceará, enfrentamos mais um período sem boas chuvas e então, a população acumula água do jeito que dá e aí mora o perigo. Esses vasilhames tem que estar protegidos, cobertos porque são locais ideias para o Aedes se proliferar", acrescenta.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), um conjunto de ações e medidas está sendo executado a fim de reduzir os índices. As intervenções vão desde o controle do mosquito Aedes aegypti ao acompanhamento das gestantes e bebês com microcefalia.
A Pasta ressalta que, em novembro de 2015, criou um comitê de especialistas específicos para dar assistência às gestantes e aos bebês com a doença. Cinco hospitais da rede pública do Estado integram a rede de atendimento: Hospital César Cals, o Hospital Geral de Fortaleza, o Hospital Infantil Albert Sabin, o Hospital José Martiniano de Alencar e o Hospital São José, além do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen).
Apoio

De acordo com as informações da Secretaria de Saúde do estado do Ceará, foram capacitados profissionais de todas as regiões do Estado. As capacitações foram concentradas em Sobral, com a participação de médicos dos 55 municípios da macrorregião Norte; no Crato, com a participação de médicos dos 44 municípios da macrorregião do Cariri; e, em Fortaleza, com a presença de médicos da Capital e de toda a Região Metropolitana. 
Fonte: Diário do Nordeste