A Polícia Federal mantém em sigilo a identidade de um casal formado por uma jovem cearense e um holandês apontados como “cabeças” de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas entre o Ceará e a Holanda. O grupo teria comprado imóveis de luxo na Grande Fortaleza para “lavar” e esconder dinheiro oriundo do narcotráfico.
Na manhã desta quinta-feira (25), uma operação batizada de “Fiorino” foi realizada simultaneamente em Fortaleza e na Holanda pela PF e Polícia Judiciária holandesa, respectivamente, em busca de provas e bens dos acusados. O homem que casou com a cearense está preso naquele país europeu. A mulher está sob investigação, mas permanece em liberdade.
Em Fortaleza, agentes da PF fizeram buscas em uma casa de luxo no bairro Dunas, na Zona Leste da cidade. O imóvel que pertenceria ao casal estava fechado. Com um aparelho especial que localiza drogas, dinheiro e objetos ocultos, mesmo enterrados, os “federais” acabaram encontrando alguns objetos que foram apreendidos e serão submetidos à Perícia. Dezenas de cartões bancários e de crédito haviam sido destruídos, mas mesmo assim, o que restou deles será levado à análise pericial.
A PF acreditava que encontraria muito dinheiro – especialmente dólares e euros – além de drogas na casa de luxo do casal, em Fortaleza. Mas as expectativas não se concretizaram. Contudo, outras buscas estão sendo programadas pelas autoridades.
Muito dinheiro
A quadrilha internacional, conforme a PF, seria responsável pelo comércio de drogas, especialmente de maconha, em vários países da Europa como Holanda, Bélgica, Turquia e Alemanha, a partir da conexão com Fortaleza. Na cidade holandesa de Arnhem, a aproximadamente 100 quilômetros de Amisterdã (capital), a Polícia Judiciária daquele país apreendeu cerca de 125 mil euros, o equivalente a aproximadamente meio milhão de reais. No porão da mesma casa, havia outros milhões de euros, cuja quantia exata ainda não foi contabilizada pelas autoridades holandesas.
Em Fortaleza, a operação foi chefiada pelo delegado federal, Wellingtonm Santiago, e contou com o apoio do adido policial da embaixada da Bélgica no Brasil, Kurt Boudry.
Por FERNANDO RIBEIRO