O ano de 2015 se encerra de forma trágica para a Segurança Pública do Ceará. Além de ultrapassar a taxa de 4 mil casos de assassinatos, a violência armada foi perversa com a juventude. No total, 436 adolescentes (idades entre 11 e 18 anos incompletos) foram mortos no estado. A maioria esmagadora acabou tendo a vida ceifada por tiros.
Somente neste mês de dezembro, foram 28 casos, isto é, mais de um à cada dia. Portanto, a cada 24 horas, pelo menos, um adolescente é morto no Ceará.
Entre as dezenas de vítimas estão garotos com uma precoce vida no mundo do crime. Entram para as fileiras do tráfico e dele só saem quando perdem a vida. Muitos sequer tiveram a oportunidade de estudar ou ter uma vida digna fora dos bairros periféricos da Capital ou da zona rural dos municípios do Interior.
Além de Fortaleza, cidades interioranas como Sobral, Juazeiro do Norte, Crato, Quixadá e Canindé registram os maiores índices de assassinatos de adolescentes. O confronto armado entre gangues ou tiroteios com a Polícia são os maiores causados dos óbitos violentos de menores, aliados aos crimes de execução sumário por “acerto de contas” do tráfico.
Em Fortaleza, os bairros que mais se destacam na negra estatística de mortes violentas de adolescentes são: Messejana, Barra do Ceará, Antônio Bezerra, Planalto Ayrton Senna, Jardim Iracema, Pirambu, Colônia, Passaré, Álvaro Weyne,Barroso, Itaperi, Jardim das Oliveiras, Sapiranga, Edson Queiroz, Aerolândia, Vila Velha e Mucuripe.
Gangues e tráfico
Exatamente nestas comunidades de Fortaleza estão localizados os constantes conflitos entre quadrilhas ligadas ao tráfico de entorpecentes. E a rivalidade entre elas produz a matança de jovens saídos há pouco tempo da infância.
Em 2015, a violência também deixou várias garotas mortas violentamente. Doze adolescentes foram executadas, como Bruna Kelly Gomes de Albuquerque, que tinha apenas 17 anos, e foi assassinada, a tiros, na noite do dia 15 de novembro último, no bairro Bela Vista, em Fortaleza.
Outra vítima foi Vanessa Maria Alves Maciel, 16 anos, morta, a tiros, no bairro Canindezinho, também na Capital. E Francisca Mônica Gomes da Silva, que tinha somente 12 anos, assassinada na cidade de Acarape (54Km de Fortaleza), no dia 13 de janeiro.
Fonte: Fernando Ribeiro
Fonte: Fernando Ribeiro