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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

FORTALEZA: Divisão de Homicídios procura suspeito da morte de modelo

Johnny Moura foi morto com um tiro na cabeça na saída de uma festa no bairro Dunas. O motivo teria sido uma briga momentos antes ( FOTO: ARQUIVO PESSOAL )
Parentes e amigos de Johnny Moura prestaram as últimas homenagens ao rapaz durante o velório no Cemitério São João Batista, no Centro da Capital. A mãe do rapaz disse que a dor que está sentindo "não tem explicação" ( FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES )
O promotor de eventos, modelo e atleta de polo aquático foi alvejado dentro do carro dele, na presença da namorada e de duas amigas ( FOTO: NATINHO RODRIGUES )
A Polícia Civil já tem um suspeito do assassinato do promotor de eventos e modelo Johnny Moura Melo, ocorrido ontem, na saída de uma festa. O jovem de 22 anos, natural da Capital, foi morto com um tiro na cabeça por volta das 5h30, em frente ao buffet La Maison, situado na Avenida Engenheiro Luiz Vieira, bairro Dunas, em Fortaleza, onde ocorria a 15ª edição do evento Macnish Vibes. Segundo a delegada Socorro Portela e o delegado Cleófilo Rodrigues, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime teria sido motivado por uma discussão entre Johnny e um rapaz durante a festa.
Conforme os delegados, o jovem e o suspeito teriam brigado após a namorada do cearense ser alvo de assédio por parte do outro envolvido. De acordo com o depoimento da namorada, obtido pelo Diário do Nordeste, Johnny Moura teria agredido o oponente com um murro no nariz. A confusão foi, então, apartada por seguranças do buffet e amigos de ambos.
Ao deixar a festa, no entanto, o promotor de eventos, que estava dentro de um Ecosport branco com a namorada e duas amigas, foi surpreendido por um homem que se aproximou e aproveitou o instante em que Johnny baixou o vidro do carro para efetuar o disparo.
Arma
Segundo os delegados, testemunhas presentes no momento do crime afirmaram que o assassino não seria o mesmo rapaz com o qual o jovem discutiu no evento. O homem teria saído de um Volvo preto, de onde retirou a arma, e fugiu a pé após praticar o homicídio. "Informações já apontam para um possível suspeito. Mas ainda não é o momento preciso para que possamos acusá-lo", disse Cleófilo Rodrigues.
"Essa pessoa foi apontada, mas como foi um reconhecimento por fotografia, achamos prudente, antes de divulgar qualquer informação sobre autoria, aguardar um pouco mais o andamento das investigações", destacou Socorro Portela.
A delegada revelou que o suspeito seria um homem "branco, magro e usava uma camisa laranja" dentro do buffet. Fora do local, ele estaria sem camisa.
Depois do disparo, ainda de acordo com depoimento da namorada de Johnny, uma das amigas tentou perseguir o assassino, mas o perdeu de vista em meio à multidão. A vítima foi levada até o Instituto Doutor José Frota, no Centro da Capital, mas ele já chegou à unidade sem vida.
A delegada afirmou que o carro em que a vítima se encontrava já passou pela perícia e, hoje, exames poderão dizer qual foi a arma utilizada no crime. Conforme Socorro Portela, a Polícia procurou a administração do buffet onde a festa ocorreu para conseguir mais detalhes sobre o caso, mas ainda não obteve resposta.
O órgão também busca imagens de câmeras de segurança próximas ao local na tentativa de desvendar detalhes do ocorrido. "A delegada Socorro Portela já instaurou inquérito policial e já adiantamos diligências que eram possíveis de serem realizadas. A partir de amanhã, vamos continuar as investigações", comentou Cleófilo Rodrigues.
O corpo de Johnny Moura foi liberado pela Coordenadoria de Medicina Legal (Comel) da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) ontem, no fim da tarde. O velório do promotor de evento aconteceu no Cemitério São João Batista. O enterro está marcado para a manhã de hoje.
Mãe
A mãe do modelo, Patrícia Moura, disse que Johnny estava trabalhando na festa e que ela está sentindo uma dor que não tem explicação. "É uma tragédia, mas infelizmente é nossa rotina. Todos os dias têm mães, têm tios e eu estou sentindo agora. Era um menino muito querido por todos, que tinha bons trabalhos, bons sonhos. É uma dor que não tem explicação", lamentou. Sobre as investigações, ela acredita que será fácil identificar o suspeito, mas "que não adianta mais, já aconteceu", afirmou.
A prima de Johnny, Jamily Moura, contou que a família está em choque e que há um sentimento de revolta pela desvalorização da vida. "Todo mundo está em choque, além de tristeza há aquele sentimento de revolta pela desvalorização da vida alheia", disse.
Inconformado com o crime, o estudante Marcos Assunção, amigo da vítima, alegou que o promotor de eventos era uma "pessoa do bem". "Tenho nem o que falar sobre a personalidade dele. Era um cara simples, de coração bom, trabalhador e muito estudioso", disse.
Em nota, a organização da Macnish Vibes, festa em que Johnny se estava, manifestou pesar pelo ocorrido e informou que está à disposição para prestar qualquer informação necessária. Os organizadores disseram que a Macnish Vibes é um evento tradicional em Fortaleza sendo conhecida por proporcionar "entretenimento de qualidade, bem- estar, conforto e segurança do público que a frequenta". Por fim, ressaltaram que "situações de violência como essa entristecem a toda sociedade cearense e à organização do evento".
Fonte: Diário do Nordeste