A Câmara Municipal de Tauá rejeitou e arquivou por unanimidade na sessão de abertura do 2º período legislativo de 2015, na noite desta segunda-feira, 03, o pedido de afastamento da Prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, apresentado pelo servidor aposentado Anderson Cavalcante Mota e pelo advogado Solano Mota Alexandrino.
O pedido foi protocolado na tarde da última sexta-feira, 01, ainda durante o recesso parlamentar e durante o final de semana foi encaminhado para os vereadores tomarem conhecimento e votarem a matéria na primeira sessão de agosto.
Os denunciantes alegaram no pedido que haviam gastos excessivos da Secretaria de Saúde do Município com a realização do Projeto de Planificação da Atenção Primária de 503 profissionais da área, que teve a duração de pouco de mais de ano, inclusive levantando dúvidas se realmente o projeto ocorreu.
Denunciantes criticam o Ministério Público de Tauá
O pedido de afastamento tece críticas ao Ministério Público de Tauá porque essa mesma denúncia foi protocolada e segundo os autores, após 60 dias não tomou nenhuma providência. O vereador Marco Aurélio disse que a informação não era verdadeira e que o MP havia notificado a prefeita, que mandou os secretários encaminharem todas as informações solicitadas, o que foi feito.
O teor da representação foi lido em plenário pelo vereador Felipe Veloso para conhecimento dos vereadores e da população, que lotou as galerias da Câmara Municipal.
Em seguida, começou o debate entre os edis. Usaram da palavra os vereadores Agenor Mota, Felipe Veloso, Alaor Mota, Ataciso Filho e Marco Aurélio, que desclassificaram a denúncia, por não apresentar provas comprovando qualquer envolvimento da prefeita ou de qualquer assessor.
Plenário da Câmara ficou lotado em apoio a Prefeita Patrícia Aguiar.
Discurso duro contra os denunciantes
A defesa mais incisiva da prefeita Patrícia Aguiar partiu do Líder na Câmara, vereador Marco Aurélio, que respondeu duramente a cada um dos itens apontados na denúncia.
“No final de semana fomos pegos de surpresa com essa denúncia infundada contra a prefeita Patrícia Aguiar”, disse Marco Aurélio, ao anunciar que estava se preparando para deixar a Câmara e assumir a Secretaria de Articulação Governamental a convite da prefeita.
“Esse foi o motivo que me fez não assumir o cargo hoje(03), para que depois não achassem que estaria fugindo ou estaria com medo de falar alguma coisa sobre esse processo, ou mesmo das pessoas”, disse o vereador.
“É vontade incontida, covarde e criminosa dos indivíduos, acusarem a prefeita sem qualquer prova demonstrando que a denúncia feita através de um jornaleco de um dos autores é falaciosa e inverídica, cuja serventia é tão somente promover acusações criminosas contra a administração municipal e o grupo político da prefeita, com objetivo estritamente político”, rebateu Marco Aurélio, classificando o pedido como maldade e ato criminoso.
Marco Aurélio lembrou as perseguições políticas que Patrícia Aguiar sofreu nas gestões anteriores após vencer as eleições com maiorias expressivas. “Ela foi eleita da última vez com o voto de 61% dos tauaenses”, lembrou o vereador.
"Querem tirar a qualquer custo a possibilidade da Patrícia ser candidata e vejam que ela em nenhum momento disse ser candidata a reeleição, mas só o direito de ser já deixa os indivíduos apavorados", afirmou, acrescentando que o ponto crucial de todo esse processo é a eleição do próximo ano, porque no voto não vêm conseguido tirar a Prefeita do comando do município.
Pedido foi rejeitado e arquivado por unanimidade.
Tensão no plenário
O duro pronunciamento feito pelo vereador Marco Aurélio, encontrou a reação dos vereadores Agenor Mota e Alaor Mota, irmãos de Anderson Mota(autor da denúncia), provocando um clima tenso na casa.
Mesmo deixando clara a posição de votar pelo arquivamento do pedido de afastamento, os dois vereadores pediram ao vereador Marco Aurélio que retirasse alguns “adjetivos” de seu pronunciamento porque estavam se sentindo feridos com aquelas palavras.
Em resposta, Marco Aurélio afirmou que compreendia o sentimento de seus colegas e disse que também estava ferido devido aos constantes ataques feitos pelos denunciantes em emissoras de rádio, nas ruas e na internet, contra a sua família, e que não tinha como voltar atrás ou retirar uma palavra que pronunciou.
Recado
Finalizando seu pronunciamento, o vereador Marco Aurélio fez questão de deixar um recado.
"Nossa família tem uma longa vida pública em Tauá, ganhando e perdendo eleições, mas sempre respeitando os resultados e os concorrentes. Somos serenos, humildes e gentis por natureza, porém, quem quiser confundir humildade com fraqueza ou covardia, vai se atrapalhar. Não nos assombra a arrogância, a prepotência ou muita zuada. Não nos intimidam gritos, berros, cara feia, ameaça, perseguição e muito menos grunido. Pelo temor e pelo terror vocês não nos amedrontam. Se querem fazer igual ao Estado Islâmico, conquistar o poder pela força e pelo crime, vão encontrar a resistência necessária para combater o golpe baixo, desleal, vil, indecente, a ilegalidade e o abuso com muito vigor. Escutem bem, registrem e guardem! Não temos medo de prepotentes e arrogantes", encerrou o vereador Marco Aurélio.
Pedido rejeitado e arquivado
Após os debates entre os vereadores, o Presidente Marcos Caracas colocou o pedido em votação nominal e por 14x0, a denúncia foi rejeitada e arquivada.
Votaram os vereadores: Marco Aurélio, Chico Neto, Cláudio Régis, Felipe Veloso, Agenor Mota, Alaor Mota, Wellington Júnior, Wellington Cavalcante, Fátima Guedes, Ataciso Filho, Ronaldo Feitosa, Ananias Mota, Vony Souza e Marcos Caracas.
A vereadora Fátima Veloso que estava viajando, justificou a ausência na sessão.
Repórter: Wilrismar Holanda
Fotos: Altair Júnior
Fonte: Blog do Wilrismar