O pai de um estudante de 11 anos foi preso em Alto Boa Vista, a 1.064 km de Cuiabá, por assediar a colega do filho, também de 11 anos. Conforme a polícia, o homem de 58 anos, que trabalhava naquela cidade como instalador de antena parabólica, pegou o contato da menina no telefone do filho e começou a mandar para ela mensagens com conteúdos eróticos pelo WhatsApp.
Preso em flagrante no domingo (31), o homem confessou à polícia ter mandado as mensagens, mas disse que não tinha intenção de manter relações sexuais com a menina.
O homem chegou a oferecer presentes e dinheiro para que a criança aceitasse manter relações sexuais com ele, segundo o delegado Marcelo Henrique Maidame, que investiga o crime. "Ele oferecia presentes, dinheiro e chamava a vítima para tomar sorvete com ele. Mandava mensagens 'pesadas' mesmo", afirmou.
Além das mensagens, o homem tinha mandado fotos dele se masturbando, mas, segundo a polícia, a menina apagou as imagens.
A mãe da criança foi quem viu as mensagens no celular da filha "por acaso" e denunciou o caso à polícia. A troca de mensagens vinha ocorrendo desde janeiro, conforme Maidame. "A vítima não tinha contado antes e, quando a mãe viu, ela contou que já fazia um tempo que ele mandava essas mensagens pelo WhatsApp", disse.
Com a ajuda da mãe da criança, a polícia conseguiu flagrar o suspeito no momento em que ele mandava mensagens para a vítima.
O delegado disse que o suspeito e a menina não chegaram a se encontrar pessoalmente. "Ela [menina] falava para ele parar de mandar aquelas mensagens e que ele era um velho, mas ele não parava e ela não o bloqueou", explicou. A polícia apreendeu o celular e o computador da casa do suspeito. Contudo, ele já tinha apagado os arquivos de imagens e mensagens encaminhadas para a vítima.
Na delegacia, o homem negou intenção em manter relações sexuais com a menina, como havia proposto a ela nas mensagens.
De acordo com Marcelo Maidame, o filho do suspeito não sabia que o pai vinha assediando a colega dele de escola.
O homem, que não tinha antecedentes criminais, foi encaminhado para a cadeia pública da região. Ele foi autuado em flagrante por exploração sexual e corrupção de menores. A Polícia Civil investiga a existência de outras vítimas.
Para o delegado, esse tipo de crime é banalizado pelos criminosos. "Algumas pessoas pensam que não estão cometendo crimes ao assediar as vítimas como ocorreu nesse caso, mas estão sim", avaliou. Outras testemunhas devem ser ouvidas sobre o caso na tentativa de verificar essas outras possíveis vítimas.