O ex-ministro do governo Lula e atual chefe da ferrovia Transnordestina, Ciro Gomes, criticou a falta de planejamento e investimentos públicos em uma política industrial. "O Brasil não tem agenda. […] No Ceará, qualquer bodega tem um projeto, mas o Brasil não”, afirmou Gomes durante debate da 3ª edição do Fórum Brasil, promovido pela Carta Capital.
Durante o evento, Ciro Gomes reforçou a ideia de que o País possui três diferenças econômicas que vão de encontro com o que acontece no mundo. São estas: as condições de financiamento, a escala produtiva e o desenvolvimento de tecnologia. Para o ex-ministro, a taxa de financiamento público é pequena em comparação a outros países.
Além de Ciro, participaram do painel David Barioni, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e o embaixador e ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim. Eles discutiram também a exportação do Brasil e a dependência do País em relação à China.
Crítica para ajuste fiscal
Em entrevista à Carta Capital, Ciro Gomes também criticou o ajuste fiscal. O ex-ministro disse que há um grande erro, que um conjunto de práticas está provocando a queda da receita e criticou as contas nacionais. “Você não pode fazer conta de padeiro, com todo respeito aos padeiros que são muito mais inteligente do que me parecem ser as autoridades econômicas brasileiras, não é assim que se faz ajuste fiscal”.