Já há algum tempo a crise econômica não sai dos noticiários. A valorização de carros usados, o crescimento leve da inadimplência e a redução do poder de compra são alguns dos aspectos, ainda que discretos, que marcam a presença da tal crise na vida dos brasileiros. Em tempos como esse, o que se deve fazer para não passar aperto?
O professor da PUC–SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e especialista em finanças pessoais Fabio Gallo Garcia dá a dica: “a palavra de ordem nesse momento é organização”. Controlar muito bem o orçamento familiar e cortar gastos são os passos básicos para quem não quer se endividar.
Ele explica uma forma fácil para organizar os gastos, o orçamento ABCD. A de alimentação, b de básico, c de contornável e d de desnecessário. Os gastos que se encaixam nas categorias a e b são os que serão mantidos, como as contas da casa, os gastos de supermercado ou a mensalidade da escola dos filhos.
Já a categoria C é composta por contas que são essenciais para uma vida mais confortável, mas que em uma situação de emergência podem ser cortadas, como a internet rápida, a tv a cabo e a academia.
E por fim, a categoria D é onde se encaixam os gastos supérfluos, que podem ser cortados sem pensar. Nessa categoria é preciso ter atenção, já que muitas vezes há contas que pagamos sem nem perceber, como a anuidade de um cartão de crédito que não é utilizado ou mesmo o telefone fixo, que para muitos atualmente é apenas um objeto de decoração.
Gallo completa que cabe a cada família definir suas prioridades e decidir o que deve ou não ser cortado, mas reforça “a recomendação é cortar”.
Para quem já tem dívidas, a dica é liquidá-las o mais rápido possível, renegociando com o credor ou trocando por uma com juros mais baixos.
Para aqueles que têm dinheiro, o momento também é propício para investir, mas antes de fazê-lo é essencial analisar os riscos e o retorno, além de se organizar para saber se o mais indicado é um investimento de curto, médio ou longo prazo, ou seja, que têm retorno rápido, médio ou demorado.
E se mesmo com essas dicas o consumidor continuar perdido, uma boa pedida são os aplicativos para celular que são focados em finanças pessoais. Eles podem ajudar a organização do orçamento e, segundo Fabio Gallo, em geral são bons. “É sempre mais recomendado aquele que a pessoa se adapta melhor”, completa.