O Ceará não atingiu a meta de ficar de 90 dias sem casos de sarampo e o ciclo epidêmico da doença persiste no estado. De acordo com o boletim epidêmico divulgado nesta sexta-feira (22) pela Secretaria da Saúde do Ceará, 26 novos da doença aparecem desde o dia 5 de maio. Nesta data, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, visitou o Ceará e cobrou um pacto pelo fim do ciclo da doença. Para o ciclo epidêmico ser considerado encerrado, é preciso que a região fique 90 dias sem novos casos; o Ceará ficou 30 dias sem novos casos.
O Ceará vive um surto de sarampo que já dura 18 meses, sendo este considerado extensão do surto de sarampo de Pernambuco que ocorreu nos anos de 2013 e 2014. Mesmo com novos casos, a incidência de sarampo desacelera no Ceará. Em 2014, o estado havia registrado 694 casos.
A doença
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. É transmitida diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.
De acordo com especialistas, essa forma de transmissão é responsável pela elevada contagiosidade da doença. Entre os sintomas da doença estão febre, tosse, manchas brancas na parte interna das bochechas, coriza, conjuntivite, mal-estar e perda de apetite.
Em janeiro, representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde se reuniram em Fortaleza para discutir a quantidade de casos de sarampo no Ceará. Segundo o Ministério da Saúde, o estado pode tirar das Américas o status de área livre do vírus do sarampo caso a doença não seja contida. “É um momento de concentrarmos esforços. Crianças de 6 meses até 5 anos devem estar devidamente vacinadas”, afirmou a coordenadora nacional de imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Vacina
A vacina é eficaz em cerca de 97% dos casos. Deve ser aplicada em duas doses a partir do nono mês de vida da criança. Exceção feita às mulheres grávidas e aos indivíduos imunodeprimidos, adultos que não foram vacinados e não tiveram a doença na infância também devem tomar a vacina.
A principal forma de prevenção é a vacinação, por meio da tríplice viral disponível nos postos de saúde durante todo o ano. “Se a pessoa não sabe se tomou a vacina tríplice viral, se não sabe se teve sarampo na infância e não tem nenhum comprovante de vacina, deve procurar um posto de saúde para se vacinar”, alerta Renata Dias, assessora técnica de Imunização da Secretaria de Saúde do Município (SMS).